«A 5 de Junho, o SNS vai a votos» - TVI

«A 5 de Junho, o SNS vai a votos»

«Tenham a gentileza de o dizer antes das eleições quem vai pagar o Serviço Nacional de Saúde e quanto vai pagar», desafia o líder socialista no dia em que a máquina partidária já começou a passar o slogan «Sócrates é fixe»

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O líder socialista teve um dia longo. Cinco discursos, uma polémica com nomeações e uma sondagem em que o PSD disparou nas intenções de voto e já pensa em maioria absoluta.

Quatrocentos quilómetros percorridos em caravana pelo interior do País, entre Seia e Viseu, e com passagem pela Guarda, Celorico da Beira e Mangualde, onde quase houve escaramuças por causa de um prémio que não chegou a ser entregue ao primeiro-ministro demissionário.

José Sócrates corre contra o tempo e vai dramatizando com o que poderá vir aí, caso Pedro Passos Coelho vença as eleições. «Tenham a gentileza de o dizer antes das eleições quem vai pagar o Serviço Nacional de Saúde e quanto vai pagar. A 5 de Junho, o SNS vai a votos», avisa no Pavilhão do Inatel de Viseu, em território onde a direita domina (em tempos conhecido como o Cavaquistão), para uma plateia que terá ficado perto das mil pessoas.

José Sócrates continua a repetir que «o PS não deixa ninguém para trás» e, no comício da noite, até leu partes do programa eleitoral social-democrata para a área da sáude para que não restem dúvidas sobre o que está em causa: a Constituição, porque diz que os cuidados de saúde devem ser gerais e tendencialmente gratuitos.

Já antes de Sócrates, Correia de Campos, ex-ministro da Saúde, tinha deixado o aviso sobre o SNS: «Não fizemos este percurso de 34 anos depois do 25 de Abril para termos uma saúde para pobres e uma saúde para ricos». E não deixou de fora António Barreto, «que é hoje por ventura um grande opositor do nosso partido, disse que o SNS era a joia da coroa».

José Sócrates insistiu no tema e lançou farpas a Passos Coelho: «Parece que o líder do PSD fica muito incomodado quando critico as suas propostas, mas vou criticá-las mais uma vez». E sobre ele, não teve, aliás, complacência noutras frases usadas: «Um dos mais levianos, irresponsáveis e imaturos»; «A ignorância é que é cara, não é a educação».

Também José Junqueiro, cabeça de lista partido pelo distrito da Guarda, não o tinha poupado nas críticas: «PSD tem uma liderança frouxa» e acusa-os de não terem querido «assinar o PEC 4, mas de terem assinado o PEC 5». E nem Paulo Portas ficou de fora: «O PS também fala da agricultura, mas «há um que até se põe em cima de um submarino a dizer coitados dos agricultores».

O ensino é outra bandeira das suas intervenções a marcar as diferenças entre a direita e a esquerda. «Porque investimos na Educação: não há boa economia sem boa educação», atira Sócrates, que deixa escapar um auto-elogio em jeito de desabafo: «Ao ver essas escolas modernas, eu tenho orgulho no meu país».

No dia em que começou a ouvir-se uma reedição do slogan «Sócrates é fixe», em alusão às presidenciais de 1986 que deram vitória a Mário Soares, o líder «rosa» ainda não conseguiu ter um mar de gente a apoiá-lo na rua, apesar de pedir mobilização. Até porque, como se ouve no refrão dos ABBA que vai queimando os tempos de espera nos seus comícios, «mamma mia, here I go again...».
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