«A confiança é a palavra-chave», diz Cavaco - TVI

«A confiança é a palavra-chave», diz Cavaco

Presidente da República quer «mobilizar os cidadãos e vencer as dificuldades»

O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu este sábado em Mirandela que a «confiança é palavra chave» no momento atual do país para «mobilizar os cidadãos e vencer as dificuldades».

«A confiança é a palavra verdadeiramente chave neste momento. Sem confiança os empresários não investem, os empresários não contratam mais pessoas, sem confiança é difícil atrair o investimento estrangeiro, sem confiança os capitais procuram outras paragens, sem confiança é difícil mobilizar os cidadãos para vencer as dificuldades», afirmou.

O Presidente da República falava no auditório municipal de Mirandela, no final de mais uma manhã passada em Trás-os-Montes, onde disse que fez questão de visitar para mostrar que «todos têm de ser mobilizados».

Nos tempos difíceis que o país atravessa, o «desafio mais sério» para o presidente da República, «é o combate ao desemprego» e «a confiança é uma chave que pode abrir a janela de esperança no futuro para os nosso jovens».

Cavaco Silva lembrou os cerca de 800 mil portugueses desempregados e os cerca de 150 mil jovens que não têm emprego.

«É preciso mobilizar toda a comunidade portuguesa para conseguir inverter a tendência para a queda da produção económica e a queda do emprego», referiu, defendendo que «o futuro do nosso país vai depender muito da capacidade, como comunidade, para criar um ambiente favorável ao investimento empresarial, à produção de bens que concorrem com a produção estrangeira, que podem ser exportados ou substituir produtos que neste momento são importados».

Ressalvou, no entanto, que «ao mesmo tempo» é preciso manter «a coesão social» e, para isso, considera necessário «mobilizar todas as forças, todas as iniciativas, todas as regiões do país», com destaque para o papel das autarquias.

«As autarquias são hoje verdadeiros agentes do desenvolvimento económico e social do nosso país, elas mobilizam as sinergias locais, impulsionam o empreendedorismo local, difundem uma cultura de inovação, apoiam as pequenas empresas, dão visibilidade aos produtos locais, apostam na sua valorização», considerou.

Para o Presidente da República, «é decisivo, nesta fase do país, estimular o empreendedorismo dos jovens, não apenas da economia, mas empreendedorismo na área cultural, na área social, na área do ambiente».

«E temos que ser capazes de reconhecer publicamente os talentos e os méritos daqueles que são os melhores», acrescentou, para sublinhar que «não há país que atinja um elevado nível de rendimento, de bem estar dos seus cidadãos, se não for capaz de reconhecer o talento e o mérito daqueles que são os melhores sociedade».

Cavaco Silva insistiu que o país não pode permitir que os seus jovens «vão para fora, só porque pensam que na sua terra a sua vontade de subir na vida, a sua vontade de ganhar mais, a sua vontade de servir melhor o país, não é reconhecida».

«Não há de facto país altamente desenvolvido que não reconheça o valor do mérito e o valor do talento», frisou.

O Presidente da República referiu ainda que, nesta visita a Mirandela, no Distrito de Bragança, fez questão de ir a uma freguesia, o Romeu, para deixar um sinal: «o sinal de que ninguém pode ser deixado para trás, ninguém pode ser deixado de lado», principalmente os mais fracos, os mais frágeis, apontando «os idosos, os doentes, os deficientes».

O Presidente exortou ainda cada região a «saber tirar partido dos tempos que correm dos seus produtos como acontece em Mirandela» com a conhecida alheira, ex libris regional e uma das maravilhas da gastronomia portuguesa.
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