António Arnaut: SNS posto em causa pela «agiotagem» - TVI

António Arnaut: SNS posto em causa pela «agiotagem»

Militantes socialista diz que não são as «dificuldades orçamentais» que colocam em perigo o sistema público de saúde

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O histórico militante socialista António Arnaut defendeu que a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é posta em causa pelas «dificuldades orçamentais», mas pela «agiotagem, o compadrio» e «a submissão» aos grandes grupos económicos, noticia a Lusa.

«A agiotagem, o compadrio, a submissão aos grandes grupos económicos e a falta de sensibilidade social é que põem em causa a sustentabilidade do SNS e demais conquistas de Abril», afirmou o fundador do SNS, que falava este sábado, em Penela, durante a homenagem que lhe foi promovida pelo jornal «Região do Castelo», em colaboração com a Câmara de Penela.

Reconhecendo que o país «tem de pagar aos credores», Arnaut salientou que, no entanto, não se pode «esquecer que os Estado tem outros credores mais legítimos ¿ os seus cidadãos e contribuintes».

Todos são, de facto, «credores do Estado pelos direitos arduamente conquistados: à saúde, à educação, ao trabalho, à reforma e às outras prestações sociais», sublinhou.

Portugal vive, «por erros próprios e contaminação da crise internacional, provocada pelos especuladores, um período de grandes dificuldades».

Mas, defendeu António Arnaut, «só haverá paz social se o sacrifício for equitativamente repartido por todos» e desde que «não haja subterfúgios nem offshores por onde escapem as grandes fortunas e os magnatas da alta finança».

Mensagem de Cavaco

Numa mensagem dirigida ao homenageado, hoje publicada pelo quinzenário «Região do Castelo», o Presidente da República (PR) afirma que «não é possível quantificar a importância do Serviço Nacional de Saúde».

Graças ao SNS, «milhares de vidas se ganharam, milhões de seres humanos beneficiaram de mais e melhores cuidados de saúde, em condições de justiça e igualdade», escreve Cavaco Silva, na mensagem.

A justiça «representa, de facto, o pilar essencial do SNS», sublinha o PR, considerando que, para isso, «pesou a formação jurídica de António Arnaut, mas sobretudo a sua vocação humanista, o seu exemplar empenhamento cívico».

Poucas reformas existem em Portugal «tão ligadas ao nome de uma pessoa», salienta ainda o PR, reconhecendo que «a ele se deve, sem dúvida, o impulso político decisivo» para que o país «passasse a dispor de um serviço de saúde universal».

Na homenagem, no pavilhão desportivo de Penela, participaram, Almeida Santos, presidente honorário do PS, António Campos, cofundador do PS, os presidentes das câmaras de Penela, Coimbra, Castanheira de Pera, Góis e Guarda, o presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, Isaías Pádua, o secretário-geral da UGT, João Proença, o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, e o secretário de Estado Paulo Júlio, também, como o homenageado, natural do concelho de Penela.

Barbosa de Melo, Alberto Martins, Strecht Ribeiro, Gomes Canotilho, João Cravinho, Kalidás Barreto, Rui Alarcão, Vital Moreira, Castanheira Neves, Sá Furtado, Garcia Pereira e Arnaldo Matos também estiveram presentes no almoço e sessão de homenagem que se prolongou até ao final da tarde.

Mário Soares, Fernando Lima, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, e António José Seguro (que se fez representar pelo secretário nacional para a organização do PS, Miguel Laranjeiro), entre outros, também enviaram mensagens.
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