Arminda Lourenço, a heroína de Sócrates - TVI

Arminda Lourenço, a heroína de Sócrates

O secretário-geral do PS esteve esta noite em comício em Leiria. António Costa e Basílio Horta também estiveram presentes

Arminda Lourenço foi a heroína do discurso de José Sócrates esta noite, em Leiria. «Quando vinha para aqui, parei numa bomba de serviço», começou por contar o candidato socialista. Apesar de ser sempre muito reservado no contacto com o povo na rua, Sócrates desta vez esteve à conversa. Ela disse-lhe que tirou o nono ano através das Novas Oportunidades e que tinha conseguido arranjar um emprego na Galp por causa disso. «Empregou-se na Galp e hoje é a melhor funcionária da Galp no país», disse Sócrates, orgulhoso. Arminda Lourenço entrou no discurso político para ser um exemplo nacional do programa Novas Oportunidades que já certificou meio milhão de portugueses a quem Passos Coelho chamou «ignorantes».



Num discurso político que é estrategicamente repetido todo o dia, todos os dias, ao décimo dia de campanha Sócrates encontrou em Arminda Lourenço a mulher que, por esta altura, todos querem conhecer. Quem é ela? Este foi um dos elementos novos no discurso desta noite de José Sócrates na Praça Rodrigues Lobo, onde não houve cadeiras suficientes para sentar todos os apoiantes que ali se deslocaram para o ouvir rouco.



«Aqui em Leiria sempre se fizeram os comícios mais bonitos das campanhas eleitorais», começou por dizer José Sócrates, praticamente afónico, numa noite em que contou com António Costa e Basílio Horta, também este rouco e quase sem voz.



Esta noite, José Sócrates acusou Passos Coelho de precisar do «beneplácito do FMI, de uma espécie de certificação do FMI» para apresentar o seu programa eleitoral. «Então ele numa campanha tem o desplante de dizer que a troika deseja que ele ganhe as eleições? Vamos ver se entendo. Ponhamos de lado até o argumento que é realmente um insulto à nossa democracia, como se a troika votasse nestas eleições ¿ quem escolhe o seu governo, quem escolhe os seus representantes é o povo português». E passou às críticas: «Ele sempre quis o FMI em Portugal, ele sempre quis a troika!», gritou o candidato socialista, tendo concluído com ironia. «Ah, o FMI gosta mais de mim e por isso vocês devem votar em mim! Francamente dr. Passos Coelho!».

Reafirmando que não é a troika que vai a Governar o país que vai governar o país, mas sim o governo que sair das eleições de 5 de Junho - e que ele está confiante que será o PS - José Sócrates afirmou que com esta «incrível e infeliz declaração», o líder «laranja» «revelou toda a sua agenda» - governar com a desculpado.



António Costa apela ao «movimento de unidade» do PS, Basílio Horta escava fileiras com o PSD

Enquanto José Sócrates e Basílio Horta gastavam parte do seu discurso com críticas ao PSD, António Costa apelava à necessidade de um «movimento de unidade» num cenário pós-eleitoral, apesar de admitir também que «a única preocupação do líder do PSD» tem sido «ostracizar os adversários».

«Temos necessariamente em Portugal que enfrentar momentos duros e difíceis, momentos onde muitos de nós vamos sofrer. E o que é que vamos fazer nestes momentos? O que temos que fazer é dar a mão uns aos outros, é juntarmo-nos, unir forças», disse. «Não haja ilusões, o problema é termos uma maioria política para enfrentar os desafios (...) e não uma maioria aritmética na Assembleia da República».

Basílio Horta, antigo dirigente do CDS, e cabeça-de-lista na lista socialista, teceu fortes críticas a Manuela Ferreira Leite, que surgiu ao lado de Passos Coelho a dizer que o mais importantes nestas eleições é que Sócrates saia.

«Já não falo do doutor [Eduardo] Catroga, que estava fora de si, comparar Sócrates a Hitler, mas mais grave foi a doutora Ferreira Leite dizer que a única coisa que se interessa é correr com o engenheiro Sócrates do Governo e da oposição. Estou à espera que amanhã, num dos intervalos da democracia que a senhora defendia, também pretenda correr com o primeiro-ministro do país.
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