BE acusa Governo de assinar de «cruz» entrega de dados aos EUA - TVI

BE acusa Governo de assinar de «cruz» entrega de dados aos EUA

Deputada Helena Pinto desafia Executivo a deixar cair acordo e ao Parlamento a «chumbá-lo»

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O BE acusou o Governo de ter assinado «de cruz» e de manter sob «secretismo» o acordo assinado com os EUA sobre a partilha de dados de cidadãos portugueses. Na declaração política à câmara, a deputada Helena Pinto considerou «arrasador» o parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados , desafiando por isso o Executivo a deixar cair o texto e a Assembleia da República a «chumbá-lo».

«O Governo não assinou um acordo bilateral com os EUA. O Governo assinou, de cruz, todas as propostas e pretensões da administração norte-americana, não hesitando mesmo em desrespeitar as leis e a Constituição da República», disse Helena Pinto sobre possibilidade, prevista no acordo, de cedência de dados biográficos, biométricos e de ADN de cidadãos portugueses às autoridades dos EUA.

O BE censurou ainda «o secretismo com que o Governo tem escondido o conteúdo deste acordo», o que para o partido «é revelador do seu incómodo com o mesmo». «Ao contrário do que estipula a legislação em vigor, nunca enviou o texto para consulta prévia à Comissão Nacional de Protecção de Dados», apontou a deputada bloquista, salientando que a Assembleia da República «desconhece oficialmente o texto assinado pelo Governo», embora este já esteja disponível «num site da administração norte-americana, dando a entender que já está em vigor».

A deputado disse que o está em causa neste acordo é saber se este «permite a violação dos direitos mais elementares dos cidadãos» e se é contornada «a legislação e Constituição» portuguesas.

O BE invocou estas razões para desafiar o Governo a «deixar cair este texto», porque este «entrega os dados de todo e qualquer cidadão nacional às autoridades dos EUA». Mas deixou também um repto aos deputados «para que chumbem a ratificação deste documento».

Em defesa do acordo saiu o deputado socialista Ricardo Rodrigues, atribuindo as críticas às «reservas da esquerda com todos os temas que têm a ver com os EUA». Quanto ao parecer crítico conhecido esta terça-feira, o parlamentar apontou apenas: «Temos muito respeito pela Comissão Nacional de Protecção de Dados mas quem legisla é a Assembleia da República».

Ricardo Rodrigues garantiu ainda que este acordo não se trata de «uma coisa estranhíssima», afirmando que já outros países da UE firmaram documentos semelhantes com os EUA.
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