«Europa tem sido incompetente e negligente» - TVI

«Europa tem sido incompetente e negligente»

António José Seguro diz que «agências de notação financeira não estão a prestar um bom serviço à economia» e que o Governo também «não começou bem»

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O candidato à liderança do PS, António José Seguro, mostrou «perplexidade com as classificações das agências de notação financeira» que esta semana cortaram o rating da dívida portuguesa para categoria de «lixo». António José Seguro afirmou ainda que «estas agências também não cumpriram no passado as suas obrigações» e deu como exemplo o banco Lehman Brothers, que sempre teve classificação máxima até chegar à falência.

«Estas agências de notação financeira não estão a prestar um bom serviço à economia», acusou o socialista, defendendo que «não basta que a Europa fale, é preciso que possa agir». E foi mais longe: «A Europa tem sido negligente e incompetente a lidar com crise desde 2008 e particularmente com esta situação, não só em Portugal como na Grécia».

Afirmando que «o PS sempre disse e fez este discurso», Seguro diz que agora se «somam mais vozes». «Essas vozes é que tinham uma posição diferente e diziam que era preciso ouvir os mercados», disse, referindo-se ao PSD.

E como avalia a resposta do Governo? «Não a conheço», afirmou Seguro. «Só conheço uma queixa do primeiro-ministro a dizer que foi um murro no estômago».

Para o candidato à liderança socialista, «o Governo português tem que cumprir a sua parte: cumprir o memorando da troika e gerar mais confiança através de um caminho de crescimento económico, mas isso não está no programa do Governo. O programa do Governo não tem nenhuma estratégia sustentável de desenvolvimento económico».

E Seguro considera mesmo que o actual Executivo «não entrou bem» ao «mais medidas de austeridade» em cima da austeridade acordada com a troika que negociou a ajuda externa.

Questionado sobre se a situação actual do país não é fruto da herança do Governo socialista, Seguro diz que é «injusto» colocar as coisas desta forma. «Há responsabilidades partilhadas. Não só do Governo do PS, mas também de outros Governos anteriores».

Assegurando que, se for eleito líder do PS, «os portugueses não ficarão reféns do memorando», Seguro garantiu: «Honrarei o memorando da troika. Honrarei a assinatura do anterior primeiro-ministro José Sócrates». Mas frisou: «Onde estão medidas imperativas, taxativas, naturalmente, não há nada a discutir. Onde estão objectivos concretos de redução da despesa, aí, nós entraremos na discussão com o Governo, para ver qual é a melhor maneira de concretizar essas medidas».
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