Freitas culpa Sócrates e não vota nele

Freitas do Amaral responsabiliza directamente o primeiro-ministro pelo buraco em que o país mergulhou. Em entrevista à RTP, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros diz que José Sócrates vive num mundo irreal e não deixou o ministro das finanças pedir ajuda externa mais cedo

Não está arrependido de ter sido ministro de Sócrates, mas não votará PS nas próximas legislativas. Freitas do Amaral responsabiliza directamente o primeiro-ministro pelo buraco em que o país caiu:

«O ministro das Finanças tinha toda a razão. Aos 7% ajuda externa, mas deixou-se chegar aos 8, aos 9 e aos 10. Tenho de concluir que foi o primeiro-ministro que não deixou, porque, de repente, começou a viver num mundo irreal e Teixeira dos Santos, por solidariedade ou amizade, submeteu-se».

Freitas também deixou críticas à forma como os partidos se estão a comportar: «Deviam estar a negociar com o FMI e depois apresentavam os seus programas».

Freitas assumiu ao Diário de Notícias que ainda está indeciso entre votar no PSD de Passos Coelho ou no CDS de Paulo Portas o partido que ajudou a fundar. Questionado no final da entrevista à RTP sobre que pergunta ficou por fazer, foi peremptório: «Se a Fátima Campos Ferreira me tivesse perguntado se eu provavelmente iria votar em José Sócrates [teria respondido] não, não vou. Se votarei Passos Coelho ou Paulo Portas? Eu responderia que ainda precisam de convencer os indecisos como eu, porque ainda não me convenceram».