Jerónimo apela à greve geral pela sua «justiça» - TVI

Jerónimo apela à greve geral pela sua «justiça»

Líder do PCP criticou também «exemplo» de António Borges

O secretário-geral do Partido Comunista Português apelou à participação na greve geral da próxima quinta-feira pela sua «justiça e necessidade» frisando que «é muito» o que está em causa.

Jerónimo de Sousa apontou que «vai ser preciso ir para além das ameaças, do silenciamento, das atitudes repressivas, para além do medo» explicando o que subjaz à greve geral convocada pela CGTP: «O que está em causa é muito e mais vale perder um dia de salário do que perder a dignidade, do que perder muitos dias de salário, tendo em conta as ideias que eles têm em mente.

O líder comunista falou neste domingo para um pavilhão do clube do pessoal da siderurgia nacional, no Seixal, onde almoçaram, segundo o próprio Jerónimo de Sousa, cerca de 770 pessoas. A agência Lusa escreve que jerónimo apelou aos trabalhadores para que «transformem a greve geral num dia de afirmação de todos ao trabalho, a uma justa remuneração, a uma vida mais digna».

O protesto marcado para o próximo dia 22 «reclama dos militantes e organizações do partido, nestes escassos dias que faltam, um esforço, um empenho redobrado na mobilização, lado a lado com todos aqueles que não aceitam cruzar os braços, perante a exploração, a injustiça e o afundamento do país».

Para o secretário-geral do PCP, esta é uma «greve geral que dá expressão a um forte sentimento de indignação e descontentamento com o atual rumo do país, com as medidas de ataque aos direitos dos trabalhadores e do povo que estão em curso, mas também uma exigência de mudança de política e um outro rumo para o país».

«Será mais um decisivo passo em frente no caminho da derrota do pacto de agressão», defendeu Jerónimo sublinhando que a greve geral é «justa e necessária porque são muitas e fortes as razões» de oposição a «uma política e a um pacto de agressão que estão a conduzir o país a uma situação cada vez mais insustentável».

«Exemplo» de António Borges é «uma pouca-vergonha»

Jerónimo de Sousa pronunciou-se também sobre a eventualidade de António Borges acumular funções numa equipa consultiva do Governo sobre as privatizações e funções administrativas no grupo Jerónimo Martins



«Diz Passos Coelho que não há incompatibilidade, talvez tenha razão. Não há incompatibilidade nenhuma desde que se sirva sempre o grande capital, mesmo que isso seja uma pouca-vergonha incompatível com a democracia, com o regime democrático que está consagrado na Constituição da República», o líder do PCP.

Falando do «despudor» com que se justificam «favores» e de «quanto artifício e engano vive este Governo para garantir os interesses do grande capital», Jerónimo afirmou que «o exemplo do senhor António Borges nomeado para o plano das privatizações e escolhido pelo grupo Jerónimo Martins para um bom lugarinho lá no grupo económico fala por si».
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