«Não é o momento de deixar cair Sócrates» - TVI

«Não é o momento de deixar cair Sócrates»

Líder histórico do PS esteve este domingo no comício do Palácio de Cristal, no Porto. Dizendo-se desiludido com a Europa, teceu uma forte critica à chanceler alemã

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Mário Soares levantou um «mar» de bandeiras esta noite no comício socialista do Palácio de Cristal, no Porto. Num discurso longo e de análise da situação de crise que se vive na Europa, da qual se disse «desiludido», o líder histórico dos socialistas defendeu que «é o momento de não deixar cair Sócrates» por «uma questão de bom senso».

«Creio que haja bom senso em Portugal se o povo português não perceber que é o momento de não deixar cair Sócrates, antes pelo contrário, que é o momento de o pôr no sítio onde ele tem estado».

Soares justifica a sua posição, enaltecendo o facto de Sócrates ter amigos na Europa e conhecer toda a gente. «Há em Portugal um líder que ganhou uma experiência internacional excecional. E conhece bem o que se está a passar na Europa».

Num apelo ao voto nestas eleições, - «Nós somos do partido da mãozinha», disse - Mário Soares apelou à luta pelo voto, exortando os socialistas «a lutar com toda a convicção, com todo o impulso» que se consegue com comícios como este, onde participaram milhares de pessoas. «Vamos ganhar as próximas eleições. E vamos ganhar», vaticinou.

Mário Soares criticou os portugueses que, «com todas as benesses, dizem que vive pior do que no tempo de Salazar», tendo arrancado algum entusiasmo da plateia. Uma senhora de idade, sentada à frente da mesa onde trabalhavam várias jornalistas, comentou que «no tempo de Salazar não havia todas essas mulheres aqui atrás a trabalhar».

Na sua intervenção, o ex-presidente da República deixou também algumas farpas à chanceler alemã, alegando que, com esta crise, está em causa a própria Europa. «Se Portugal vier a sofrer mais, vão outros países e talvez a própria Europa», considerou.

Mário Soares disse estar desiludido com a Europa. «A senhora Merkel, que vem da Alemanha de Leste, que tem vindo a ser muito tíbia, muito hesitante» sobre as crises por que passam a Grécia e a Irlanda.
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