«Não é tempo de ficar agarrado a tradições» - TVI

«Não é tempo de ficar agarrado a tradições»

Primeiro-ministrou voltou a defender decisão de não dar tolerância de ponto no Carnaval

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O primeiro-ministro desafiou esta segunda-feira a que se façam as contas ao que o país produz trabalhando no Carnaval, considerando que é tempo de «saber quem é que quer lutar para vencer esta crise» ou «ficar agarrado às velhas tradições»

De acordo com a Lusa, em declarações aos jornalistas, e depois de confrontado com as várias críticas ao seu anúncio de que este ano não haverá tolerância de ponto no Carnaval, Pedro Passos Coelho assinalou que a celebração do Carnaval se faz em vários dias e não apenas numa terça-feira e defendeu que os portugueses «saberão entender» esta decisão.

«O que nós queremos é vencer estas dificuldades, e eu tenho a certeza que os portugueses percebem que, no meio dessas dificuldades, o Governo não tivesse dado essa tolerância de ponto», disse.

Passos frisou ter anunciado a ausência de tolerância de ponto «a quase 20 dias de distância» do Carnaval e defendeu que isso «que não quer dizer que os portugueses não possam celebrar aquilo que é uma tradição em Portugal».

«Podem fazê-lo durante o fim-de-semana e [também] toda a indústria que está montada em torno do Carnaval», notou.

Questionado sobre as queixas de prejuízos vindas do sector do turismo, Passos Coelho referiu que «o Carnaval não se joga na terça-feira» e que «há vários dias de celebração», acrescentando que «há várias autarquias que disseram já, e bem, que estavam preparadas, e bem, para que, não havendo esse dia de tolerância na terça-feira, pudessem celebrar o Carnaval durante o fim-de-semana».

Novamente questionado sobre o impacto económico negativo que esta decisão pode trazer, o primeiro-ministro desafiou todos a fazerem as contas ao que «um país inteiro que trabalha dois dias pode produzir».

«Repare, na segunda e na terça-feira, o que o país ganha trabalhando, o senhor já fez contas para saber o que é que um país inteiro que trabalha dois dias pode produzir?», interrogou.

Questionado pelo jornalista sobre se já fez essas contas, Passos respondeu que «basta o senhor dividir o nosso PIB pelos dias de trabalho».

«Criou-se o hábito de, todos os anos, o Governo dar essa tolerância de ponto, mas nós não estamos num ano qualquer, estamos num ano muito importante, de emergência nacional, foi essa emergência nacional que fez com que o Governo propusesse a eliminação de quatro feriados», notou Passos, considerando que «o país está, portanto, confrontado com a circunstância de saber que precisa de cumprir um programa de ajuda externa, que precisa de trabalhar muito para sair da situação em que está».

O chefe do executivo disse ainda esperar «que os portugueses percebam que não estamos em tempo de estar a falar de tradições, mas de saber quem é que quer lutar para vencer esta crise e quem é que quer ficar agarrado às velhas tradições».

Já sobre o facto de as escolas não terem aulas na semana do Carnaval, Passos respondeu: «Isso tem que ver com o calendário escolar que é definido no início do ano, não tem que ver com a tolerância de ponto, a terça-feira de Carnaval não é um feriado».

«As escolas têm, desde há muitos anos, uma paragem do seu tempo lectivo, normal, durante o período todo de Carnaval, não é na terça-feira de Carnaval, é durante o período todo do Carnaval, têm praticamente uma semana de paragem lectiva que estava programada e se manterá, o que não quer dizer que os professores não trabalhem à terça ou à segunda-feira ou aos outros dias, os alunos é que não vão ter aulas», referiu.
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