OE2012: PS nega mudança de voto súbita

O porta-voz do PS, João Ribeiro, negou hoje qualquer mudança de voto súbita sobre cortes nos subsídios e disse desconhecer um e-mail do líder parlamentar socialista pedindo aos deputados o voto a favor das propostas do PSD/CDS.

As afirmações de João Ribeiro foram proferidas em conferência de imprensa, a meio de uma reunião do Secretariado Nacional do PS.

Questionado sobre a alegada intenção inicial do PS no sentido de votar a favor das propostas do PSD e CDS para a modelação dos cortes nos subsídios de férias e de Natal, o porta-voz da direcção socialista negou qualquer mudança de voto. «O PS decidiu abster-se porque entendeu que as propostas do PSD/CDS eram insuficientes e ficam aquém do que seria desejável para amenizar a injustiça do Orçamento do Estado. Ainda por cima, a maioria PSD/CDS usou uma das propostas do PS para financiar essa modelação», respondeu o dirigente socialista.

João Ribeiro salientou depois que este «juízo político foi feito perante a proposta [do PSD/CDS] em cima da mesa», antes de reiterar que a abstenção «foi uma decisão política da direcção da bancada do PS».

Interrogado se em algum momento o PS deu expetativas à maioria PSD/CDS de poder votar a favor das suas propostas de alteração, o porta-voz socialista negou. «Não houve reuniões e não houve negociações. Como não existiu qualquer negociação, não podia haver essa expectativa. Apesar de o PS entender que as propostas de alteração iam no sentido desejável, ficavam mesmo assim muito aquém do que podia ser feito», contrapôs João Ribeiro.

Já quando foi confrontado com o teor de um e-mail enviado esta manhã pelo líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, aos seus deputados, visando que eles votassem a favor da proposta de modelação dos cortes apresentada pelo PSD e CDS, o porta-voz do PS afirmou desconhecer essa opinião. «Não sou deputado do PS e não recebi nenhum e-mail e, como tal, tenho alguma dificuldade em saber qual o conteúdo do e-mail [que os jornalistas] estão a falar», reagiu.

Questionado sobre as actuais relações entre a direcção do PS e o seu Grupo Parlamentar, João Ribeiro procurou desdramatizar as divergências.