Partidos reagem a entrevista de Passos Coelho - TVI

Partidos reagem a entrevista de Passos Coelho

Oposição critica primeiro-ministro, enquanto partidos da coligação elogiam

O líder parlamentar do PCP considerou, esta quarta-feira, que o primeiro-ministro prometeu «fazer a quadratura do círculo» ao prever uma inversão da tendência económica no fim de 2012, acusando-o de «fugir habilmente» à questão sobre a repartição dos sacrifícios.

«O primeiro-ministro sabe que não é possível fazer a quadratura do círculo, é que nós temos uma política que é altamente recessiva e que alimenta o monstro da recessão e do desemprego sem limite e depois não podemos deixar de ter um agravamento das condições económicas e orçamentais do país», assinalou o presidente do grupo parlamentar do PCP, Bernardino Soares.

O PS diz que o primeiro-ministro revelou a sua «insensibilidade social» ao mostrar-se mais preocupado com os cofres do Estado do que com as pessoas. O líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, destacou como «momento muito marcante» da entrevista de Passos Coelho a resposta que o primeiro-ministro deu em relação à evolução do desemprego.

«Respondeu que não tinha a certeza, que não sabia [se o desemprego vai aumentar], mas esperava que não porque isso seria muito negativo para os cofres do Estado. Ora esta resposta revela tudo sobre uma política, revela tudo sobre a insensibilidade social de um primeiro-ministro que, com um milhão e duzentos mil desempregados, com mais de 35 por cento dos jovens desempregados, está preocupado com o cofres do Estado, que é importante, mas não está preocupado com as pessoas, não assumiu nesta entrevista nenhum compromisso com as pessoas», disse Carlos Zorrinho.

«Reparem que os compromissos com os mercados foram todos assumidos, não há nenhum adiamento, tudo será cumprido, mas não há nenhum compromisso com as pessoas», sublinhou o líder do grupo parlamentar do PS, para quem esta «foi uma entrevista que revelou um primeiro-ministro que, ao fim de nove meses, não tem nenhum resultado positivo para anunciar ao país».

O líder da bancada do BE afirmou que a entrevista do primeiro-ministro foi «uma repetição» do «CD com que tem brindado os portugueses» e que «ninguém acredita nos votos pios» sobre recuperação económica ainda em 2012.

«Esta entrevista foi uma repetição daquilo que têm sido as últimas declarações do primeiro-ministro, ele acabou por lavar as mãos como Pilatos em relação a mais medidas de austeridade este ano, nem sim, nem não, talvez», disse Luís Fazenda.

O CDS destacou a «coerência» e o «discurso realista» e de «verdade» do primeiro-ministro na entrevista que deu à TVI, considerando que o caminho do Governo é aquele que levará Portugal a recuperar a «credibilidade». «Em primeiro lugar, [destacar] a coerência do primeiro-ministro, num discurso realista, um discurso de verdade, por oposição a uma ilusão na qual Portugal foi mergulhado durante vários anos», disse a deputada Teresa Caeiro, numa declaração aos jornalistas no Parlamento, após a entrevista de Passos Coelho.

O PSD destacou que o primeiro-ministro «fala verdade» e «não esconde os problemas» e as «dificuldades» aos portugueses, num comentário à entrevista que Passos Coelho deu à TVI. «Desde logo fala verdade, não esconde os problemas, não esconde as dificuldades, mas diz os caminhos. E aqueles que estavam à espera que o primeiro-ministro, nesta entrevista, viesse aligeirar as dificuldades que o país tem de atravessar, estão profundamente enganados. Todos aqueles que procuram vender sonhos e ilusões de que é possível o desemprego cair de um dia para o outro, as empresas começarem a desenvolverem-se de um dia para o outro, é óbvio que estão neste momento a fazer demagogia pura e, nesse sentido, o primeiro-ministro não embarcou mais uma vez nesse discurso, disse aos portugueses que um objetivo central, que é a consolidação orçamental, que está a ser feita e dá sinais de ir no bom caminho», afirmou o deputado Pedro Pinto.
Continue a ler esta notícia