PCP apresenta 20 medidas urgentes para a juventude - TVI

PCP apresenta 20 medidas urgentes para a juventude

Jerónimo acusa Sócrates de não praticar «política de verdade»

Sugestões apresentadas numa altura em que «Abril está adiado» e ainda «inacabado»

Numa altura em que «Abril está adiado» e ainda «inacabado», o secretário-geral do PCP apresentou, este sábado, 20 medidas urgentes para a juventude, defendendo uma nova política fiscal para conseguir financiamento para a sua concretização.

«Abril está adiado, precisava era de ser novamente, na política, na vida, esse Abril que rasgou novas alamedas, que perspetivou uma vida melhor no plano do trabalho, no plano da educação, no plano da saúde, no plano da habitação, essas perspetivas rasgadas por Abril foram subvertidas com estas políticas de direita de tantos anos», afirmou o secretário-geral comunista, em declarações aos jornalistas no final da apresentação de «20 medidas urgentes para a juventude».

Recusando a «frase desalentada» de Otelo Saraiva de Carvalho, que admitiu que para o país estar na atual situação não teria feito a revolução, Jerónimo de Sousa defendeu a necessidade de continuar a defender e lutar por «Abril», «porque se trata de Abril inacabado» e é preciso «retomá-lo com base naquilo que são os direitos económicos e sociais» a que Portugal tem direito.

Antes, o secretário-geral comunista tinha apresentado «20 medidas urgentes para a juventude», em áreas tão diversas como trabalho, educação e habitação, entre outras.

No setor do trabalho, Jerónimo de Sousa retomou propostas como a passagem imediata a contrato de trabalho de todos os falsos recibos verdes e passagem a efetivos dos contratos a prazo em funções de caráter permanente, aproveitando para deixar críticas a uma possível alteração às leis laborais, no âmbito da negociação da ajuda externa, com o apoio do PS, PSD e CDS-PP. «Nesses documentos, que ainda nem sequer assumiram um caráter de proposta ou de projeto de lei, vinha lá em relação aos despedimentos uma nota, um sublinhado, um anátema: para já aplicava-se aos novos contratos, ou seja, particularmente à juventude, depois no fim do ano logo se via», referiu.

O fim do pagamento das propinas e a gratuitidade do ensino foram outras das propostas defendidas por Jerónimo de Sousa, que apontou a existência de uma nova política fiscal como forma de financiar essas medidas. «Era possível pôr fim ao pagamento de propinas e garantir a gratuitidade do ensino público em todos os seus graus como defendemos se não houvesse o nível de fuga aos impostos que há e se se tributassem com equidade e justiça os rendimentos de capital e o património das grandes fortunas», sublinhou.

Para a habitação, entre outras propostas, o secretário-geral comunista defendeu a imposição pela Caixa Geral de Depósitos de um « spread máximo de 0,5 por cento no crédito à habitação».
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