Portas em visita de negócios à Líbia - TVI

Portas em visita de negócios à Líbia

Ministro dos Negócios Estrangeiros esteve em Benghazi com o Conselho Nacional de Transição

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O ministro dos Negócios Estrangeiros obteve esta quarta-feira garantias do Conselho Nacional de Transição (CNT) de cumprimento dos contractos assinados pelos empresários portugueses no tempo do regime de Kadhafi, depois de encontros com as novas autoridades líbias.

Paulo Portas, durante uma visita relâmpago não anunciada, por razões de segurança, a Benghazi, onde ainda se encontram os responsáveis do CNT, obteve de Mustafa Abdel Jalil a garantia de que os empresários que se encontravam a investir no país podem voltar e terão todo o apoio para reiniciar as suas actividades.

«Quero dar um sinal às empresas portuguesas que já têm contractos aqui na Líbia e viram os seus negócios interrompidos pela situação interna. As autoridades do Conselho Nacional de Transição têm o firme propósito de respeitar os contractos que foram celebrados», afirmou Paulo Portas à Agência Lusa no final da curta visita a Benghazi.

Em mensagem para os empresários portugueses que viram as suas actividades suspensas com o início do conflito, em Fevereiro, Portas disse que «os contractos são para continuar», acrescentando que a embaixada portuguesa em Trípoli vai reabrir na semana que vem.

«É tempo de começar a preparar o regresso, e o Estado português apoiá-los-á nessa tarefa, porque ao gerarem negócio e emprego com investimento português aqui na Líbia estaremos também a ajudar a situação portuguesa», afirmou, em declarações à Agência Lusa.

A viagem, curta e com apenas dois encontros institucionais marcados, com o presidente do CNT, Mustafa Abdel Jalil, e com o ministro da Reconstrução Nacional, Ahmed Gehani, permitiu a Portas capitalizar o facto de Portugal ter sido dos primeiros a reconhecer as autoridades que combateram o regime de Khadafi e também o importante papel que teve na presidência do comité de sanções da ONU.

«Portugal apoiou no momento certo a transição da Líbia para um regime com maior liberdade, quer no Comité de Sanções quer no Conselho de Segurança da ONU. Portugal tem procurado aproximar posições dos vários países para que se poupem o mais possível vidas e se ganhe tempo para aquilo que é essencial, que é a reconstrução do país», afirmou, no final das duas audiências.

Benghazi, bastião das forças que combateram e ainda combatem militares de Khadafi é uma cidade onde não são visíveis quaisquer consequências de um país em guerra, já que foi ali que nasceu a revolução e onde os rebeldes, hoje a autoridade política de transição, tomaram o poder logo no início da revolta.

Uma cidade marcada antes por muito lixo nas ruas, devido à fuga de grande parte dos assalariados, estrangeiros, e em que o sistema administrativo está ainda a ser recuperado. O único edifício em que visivelmente se percebe destruição é um antigo palácio de Khadafi na cidade.

Paulo Portas ainda teve tempo para uma curta visita à Praça da Liberdade, onde nasceu a revolução líbia, observou as paredes das ruas repletas de mensagens alusivas às causas da revolução, a liberdade, graffitis fazendo humor com Khadafi e centenas de cartazes e fotografias dos mártires do regime ditatorial.
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