PS: bancada fará declaração de voto conjunta

O líder parlamentar do PS anunciou que a sua bancada apresentará uma declaração de voto conjunta sobre os motivos que levarão os deputados socialistas a absterem-se quarta-feira na votação final global do Orçamento do Estado.

Carlos Zorrinho falava aos jornalistas após uma reunião de duas horas do Grupo Parlamentar do PS, destinada a conseguir uma concertação de posições entre os deputados socialistas.

Na votação da generalidade, o PS absteve-se, mas 13 deputados anunciaram a apresentação de declarações de voto individuais, num sinal de divergência quanto à posição oficial do seu partido de se abster em relação à proposta de Orçamento.

Carlos Zorrinho afirmou que a reunião da bancada socialista decorreu de «forma muito serena e participada».

«Num ambiente de grande consenso, construímos uma declaração de voto conjunta, que justificará as razões pelas quais o PS se vai abster neste Orçamento, em nome da responsabilidade, mas apresentando as discordâncias que temos em relação à proposta do Governo, que na sua versão final continua a ser recessiva, desequilibrada em termos de critérios de justiça e que não possui sinais para a dinamização da economia», declarou.

Interrogado sobre as divergências públicas que se registaram na bancada socialistas na segunda-feira, durante as votações na especialidade, Carlos Zorrinho disse que não gosta de um Grupo Parlamentar «amorfo».

Confrontado com o facto de se ter registado na segunda-feira uma azeda discussão interna entre deputados socialistas, através de uma troca de e-mails, Carlos Zorrinho voltou a desvalorizar este tipo de episódios. «Acho que o PS é um partido muito moderno», ironizou.



O líder parlamentar do PS justificou a opção de voto socialista e afirma que se demonstrou, durante as conversações com o Governo, que os cortes de subsídios poderiam aplicar-se apenas a partir dos 700 euros e os cortes integrais abrangerem só os rendimentos acima dos 1500 euros.