PS, PSD e CDS são «três gémeos falsos» - TVI

PS, PSD e CDS são «três gémeos falsos»

Jerónimo de Sousa acusa partidos mais à direita de estarem ligados ao acordo da troika

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, diz que PS, PSD e CDS-PP são «três gémeos falsos», «ligados por cordão umbilical» ao «acordo de ferro» da «troika» que negociou a ajuda externa a Portugal.

«São como três gémeos falsos que estão ligados por cordão umbilical àquilo que é o acordo, que é o programa da troika estrangeira, que visa a quebra da justiça social e da nossa independência nacional», disse, citado pela Lusa, durante um discurso em Pias, no concelho alentejano de Serpa, após um almoço, com cerca de 1.500 militantes e simpatizantes comunistas, nas antigas instalações da Unidade Coletiva de Produção (UCP) «Esquerda Vencerá».

Ao referir-se aos manifestos eleitorais do PS, PSD e CDS-PP, garantiu que são «programas a fingir», porque esses partidos têm «um programa comum», que é o acordo «imposto pela troika estrangeira».

«Os portugueses têm o direito de lhes perguntar: o que é que fizeram à minha reforma e à minha pensão, o que é que querem fazer ao meu salário, aos meus direitos», mas «eles não podem responder», argumentou.

Segundo o secretário-geral do PCP, esses três partidos «andam por aí numa grande febre a dizer que têm um programa», quando, no fundo, «não querem que se saiba que têm este programa comum».

«O resto é conversa. Às turras uns com os outros para parecer que estão muito zangados, mas para esconder que, no essencial, os três estão prisioneiros daquele acordo blindado» e «de ferro, imposto pela troika estrangeira», sustentou.

Nas eleições legislativas de 5 de Junho, afiançou, os portugueses têm duas opções. Ou votam em «mais do mesmo», sem distinções entre PS, PSD e CDS-PP, que apenas têm «zangas de garganta» e vão «ajoelhar perante a troika», ou votam na CDU, em que «cada voto não é esquecido».

Sempre com muitas críticas ao plano de ajuda externa, Jerónimo de Sousa vaticinou que, «daqui a pouco tempo», Portugal corre o «risco» de ficar como a Grécia, que também recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI)

Nesse país, comparou, «aplicaram a mesma receita que aplicaram a Portugal», adiantando que «hoje, a Grécia está desgraçada e não sabe como é que há-de sair da crise».

Em Portugal, «milhares de milhões de euros» vão «para os principais responsáveis da crise», para que «continue o regabofe dos lucros escandalosos», enquanto o povo «vai pagar com língua de palmo», sem ter culpa da situação do país.

O primeiro-ministro, José Sócrates «gosta de dizer que é preciso coragem para impor os sacrifícios», mas tal «é falso», porque «coragem não é bater nos pequenos, em quem menos tem e quem menos pode».

Pelo contrário, frisou o líder comunista, «coragem seria confrontar as grandes fortunas, os grandes interesses que hoje proliferam em Portugal» e que, apesar da crise «continuam a encher os bolsos».
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