Seguro assume que não concorda com Cavaco - TVI

Seguro assume que não concorda com Cavaco

Líder do PS já não espera «nada deste primeiro-ministro»

Notícia atualizada às 15:37

O líder do PS, António José Seguro, discorda da posição do Presidente da República sobre a continuidade do Governo e afirmou que já não espera «nada deste primeiro-ministro».

«Nós consideramos que o país vive numa situação de tragédia social que é necessário alterar e essa mudança implica a substituição do Governo», disse Seguro, respondendo depois que não concorda com a posição do Presidente da República.

O secretário-geral do PS respondia aos jornalistas, na Póvoa de Varzim, sobre se concordava com a posição do Presidente da República, que afirmou no sábado que o Governo dispunha de condições para cumprir o mandato democrático em que foi investido.

Para António José Seguro, «o país precisa de mudar, necessita de uma outra estratégia para sair da crise e precisa de estabilidade económica».

O secretário-geral do PS afirmou ainda que «os portugueses sentem que este Governo não tem autoridade, não tem credibilidade e que violou as promessas eleitorais, colocando o país no caminho errado».

«Não há só o orçamento, porque esse foi mais um problema que se somou a outros como sejam os quase um milhão de desempregados e a espiral recessiva do ponto de vista económico», reiterou.

O líder socialista salientou que Portugal está a «pagar os erros do primeiro-ministro e pelo facto de não ter ouvido ninguém» e o chumbo ao orçamento «é exemplo disso».

O secretário-geral do PS disse que já não espera «nada deste primeiro-ministro» e lamentou que o Governo tenha «passado tantos sinais vermelhos», responsabilizando-o pela «crise social, económica e política» do país.

Por isso, a solução para Portugal passa por «negociar as condições do nosso ajustamento» para que o país consiga «resolver os problemas», defendeu.

Se houver um segundo resgate, avisou: «A culpa é do Governo».

Mais tarde, o secretário-geral do PS afirmou que o Governo não tem condições para retirar o país da «alhada» em que se encontra e acusou o executivo de Pedro Passos Coelho de ter perdido a confiança dos portugueses.

Num discurso durante a apresentação de Ricardo Bexiga como candidato à Câmara Municipal da Maia, António José Seguro, questionou: «Como é que vamos sair desta alhada em que o Governo nos meteu? E pergunto-vos: o Governo que nos meteu nesta alhada está em condições de nos tirar dela?», respondendo «claramente não».

Num evento em que foi assinado o «Compromisso Autárquico» por parte de todos os candidatos do Partido Socialista (PS) aos municípios do distrito do Porto, o secretário-geral do partido disse ser necessário fomentar as exportações e criar um programa de redução de importações, «designadamente no setor da energia e no setor agroalimentar».

Para Seguro, o executivo «ainda pode ser o Governo de Portugal, mas já não é o Governo dos portugueses» por ter perdido a confiança dos cidadãos.

«Para eles [Governo], as pessoas não interessam. Para eles, só interessam os números, para eles só interessa o corte, o corte e o corte, como se isso fosse a solução para os nossos problemas», acusou António José Seguro.
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