Seguro: declarações de Machete são de «uma enorme gravidade» - TVI

Seguro: declarações de Machete são de «uma enorme gravidade»

António José Seguro (Lusa)

«Eu aconselhava, e apelo ao primeiro-ministro, é que ponha juízo nos seus ministros para que eles não criem mais problemas para o país», afirmou António José Seguro

O secretário-geral do PS, António José Seguro, considerou de «uma enorme gravidade» as declarações do ministro Rui Machete e apelou para que Passos Coelho «ponha juízo» nos seus ministros.

«Eu aconselhava, e apelo ao primeiro-ministro, é que ponha juízo nos seus ministros para que eles não criem mais problemas para o país», afirmou António José Seguro em reação às declarações do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Rui Machete afirmou neste domingo, na Índia, que um segundo resgate «é evitável» desde que as taxas de juro a 10 anos igualem ou fiquem abaixo dos 4,5%.

Para o secretário-geral do PS, estas afirmações «colocam Portugal sobre uma pressão que não precisava» e o país só está «a ter mais problemas por via dessa declaração que o ministro está a fazer».

Governo especializou-se em ser oposição ao PS

O secretário-geral socialista acusou o Governo de se ter especializado em ser oposição ao PS e desafiou o primeiro-ministro a parar com o ruído político e a «mandar calar» os seus porta-vozes.

«Pare com o ruído político, mande calar os seus porta-vozes, pare com mais cartas», foi o recado deixado pelo secretário-geral do PS ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Na Nazaré, onde participa num plenário com militantes sobre a situação política e o Orçamento do Estado para 2014, Seguro acusou o Governo de, «em vez de governar», se ter especializado em «ser oposição ao Partido Socialista» para «desviar as atenções dos problemas do país e da nova proposta de Orçamento [de Estado]».

Segundo Seguro, «os porta-vozes do Governo e vários membros dos partidos do Governo, em particular do PSD, que ocupam lugares de destaque em cargos públicos passam a vida a fazer um cerco ao PS».

O objetivo, afirmou Seguro, é que o PS «se associe a políticas de austeridade com as quais não pactua» e que levaram, durante os 28 meses de governo de coligação PSD/CDS, ao «crescimento da dívida pública», ao «aumento do desemprego» e à deterioração das condições de vida dos portugueses.

Por isso, disse o socialista, o Governo «não calará o PS», que «não faltará a nenhum debate e nenhuma discussão», no parlamento, sobre propostas para o país.

Perante dezenas de militantes, António José Seguro criticou ainda algumas das medidas previstas pelo Governo no âmbito das propostas do Orçamento do Estado para 2014 e elencou as contrapropostas que tem apresentado nas últimas semanas em relação à descida do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) da restauração, à graduação do IRC (Imposto sobre o Rendimento Coletivo), à alteração do cálculo do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e ao pagamento das dívidas do Estado às empresas portuguesas.

Na segunda-feira passada, o porta-voz nacional do PSD, Marco António Costa, considerou, em Ovar, à margem de uma sessão de esclarecimento sobre o Orçamento do Estado para 2014, que a indisponibilidade demonstrada pelo PS para o diálogo com o Governo não se verificava em Portugal desde o 25 de Abril e que «é caso único» na Europa.

Marco António Costa afirmou que o PS se fechou «dentro de um casulo em que recusa permanentemente o diálogo» e que, «sempre que lhe é colocada um oportunidade para isso, foge».
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