Seguro quer Parlamento a debater maçonaria - TVI

Seguro quer Parlamento a debater maçonaria

Líder do PS defende que polémica entre maçonaria, vários deputados e empresas devem ser esclarecidas

O secretário-geral do PS defendeu esta sexta-feira a abertura de um amplo debate no Parlamento sobre transparência na vida pública e política, em que se possa inclusivamente discutir a eventual importância de se especificarem ligações a obediências maçónicas.

António José Seguro falava aos jornalistas no final do debate quinzenal com o primeiro-ministro, depois de confrontado com a polémica sobre as ligações à maçonaria por parte de titulares de cargos políticos.

«Sou um defensor intransigente da transparência na vida política e na vida pública nacional. Considero que todas as situações que estejam na fronteira devem ser debatidas e esclarecidas com ponderação, ouvindo todas as partes e todos os contributos», respondeu, citado pela Lusa.

António José Seguro fez depois alusão a um pacote de projectos já apresentados na Assembleia da República pelo seu partido «precisamente nesse sentido de reforçar a transparência».

«É em sede de um debate esclarecido e tranquilo que todas as questões, incluindo essa [a das ligações a obediências maçónicas], devem ser equacionadas. Portanto, trata-se de um debate que está na sociedade portuguesa, o Parlamento não pode virar costas a esse debate, tem de haver clareza, reflexão, mas também muita serenidade», disse.

Louçã critica ligações entre Ongoing, secretas e Maçonaria

Já no plenário do debate parlamentar desta manhã, o coordenador do BE considerou que «em Portugal há muito quem não saiba quem é» e criticou quem tem «um pé no poder político», nas empresas e nas secretas.

«Descobrimos há pouco tempo, senhor primeiro-ministro, já agora, que há mesmo um grupo económico que até tem uma loja, um 'outsorcing', um 'franchising', onde pode juntar dirigentes dos serviços secretos com o grupo da elite que governa um grupo económico, até isso nós temos em Portugal, tudo é possível quando o poder político e o poder económico se juntam para proteger o privilégio e o privilégio é inaceitável».

Francisco Louçã utilizou a parte final da sua intervenção durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, que já não teve tempo para responder, para abordar de forma crítica as últimas notícias que dão conta de ligações entre 'maçons' da Loja Mozart, da Grande Loja Regular de Portugal (GLRP), e o grupo Ongoing.

«O senhor primeiro-ministro, que é um homem que gosta de música, apreciará certamente a lembrança de que há um personagem do Mozart, no Figaro, que é o Querubim, um pajem, que no meio destas confusões todas acaba por repetir no refrão 'já não sei quem sou'. Em Portugal há muito quem não saiba quem é, um pé no poder político, um pé nas empresas, salta de um lado, salta para o outro, serviços secretos, direção de empresas, o que for», condenou.
Continue a ler esta notícia

Mais Vistos