Seguro rejeita elogio de Passos Coelho - TVI

Seguro rejeita elogio de Passos Coelho

Socialistas responderam desta forma a Passos Coelho, que elogiou o comportamento «alinhado» de Seguro

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O PS recusou esta segunda-feira qualquer «alinhamento» com a receita de austeridade do Governo e reiterou o seu compromisso «com os objectivos do crescimento económico e emprego», garantindo que respeitará o memorando da troika, noticia a Lusa.

«O PS reitera o seu compromisso com os objectivos do crescimento económico e emprego e respeitará o memorando da troika, recusando qualquer "alinhamento" com a receita de austeridade do Governo», refere uma nota do Secretariado Nacional do PS, emitida na sequência de declarações proferidas hoje pelo primeiro-ministro .

Hoje à tarde, Pedro Passos Coelho foi questionado sobre as eventuais divergências do líder do PS relativamente a alguns pontos do memorando de entendimento.

«Não me preocupa que existam pontos de divergência com o memorando, todas as pessoas terão direito a ter pontos de divergência, essa não é a questão, a questão é saber se pomos em causa os objectivos que lá estão definidos», advogou Pedro Passos Coelho.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou no domingo pela primeira vez que não foi ele quem assinou nem negociou o memorando com a troika, mas que vai honrar os «compromissos», admitindo que discorda de «alguns pontos» do programa.

Segundo disse à agência Lusa fonte socialista, na intervenção perante a Comissão Nacional do PS, que decorreu à porta fechada, Seguro afirmou que «discorda de alguns pontos do memorando», que não foi ele quem «negociou» nem «assinou» o programa, mas que «vai honrar os compromissos».

«António José Seguro tem reiteradamente manifestado o interesse por parte do PS em que os objectivos que constam do memorando possam ser atingidos. Isso, para mim, é importante e traça a fronteira entre um comportamento de responsabilidade perante o país e um comportamento de irresponsabilidade», elogiou Passos Coelho.

No mesmo sentido, o primeiro-ministro notou que Seguro «tem dito com grande sentido de responsabilidade que apoiará as medidas de execução do memorando» e defendeu é «benéfico» para o país e para «a sua imagem externa» que exista «um acordo político para a execução desse memorando».

«Ele tem tido esse sentido de responsabilidade, portanto, não vejo aqui nada de novo», assinalou Passos, manifestando-se «satisfação» pela linha seguida pelo PS no que respeita à execução do memorando.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se estas declarações do líder do PS antecipam algum tipo de intenção de ruptura do maior partido da oposição, Passos rejeitou fazer «juízos de intenção», centrando a questão em «saber se o PS está ou não está a apoiar a execução do memorando de entendimento».

«Até hoje não tenho nenhuma razão objectiva para pôr isso em causa, pelo contrário, o PS, apesar do seu voto não ser necessário para aprovar o Orçamento que dava sequência financeira a esse compromisso inscrito no memorando, absteve-se, justamente com o argumento de que era importante mostrar que existe um entendimento político grande em torno daqueles objectivos», notou.

Na resposta aos jornalistas, Passos voltou a enfatizar: «Até hoje, o PS tem-se comportado de uma forma alinhada e responsável com a execução do que está nesse memorando de entendimento, e isso é tudo aquilo que é importante para mim, o resto deixo com comentadores e com os analistas, com as pessoas que têm páginas para escrever, que têm notícias para editar, que têm de dizer alguma coisa, os factos são estes e eu congratulo-me com eles».
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