Passos «é um aluno inseguro que se esconde atrás da carteira» - TVI

Passos «é um aluno inseguro que se esconde atrás da carteira»

Vitalino Canas

Deputado socialista Vitalino Canas diz que é «inaceitável» que o Governo português não se bata externamente pela redução da dívida

O deputado socialista Vitalino Canas comparou, nesta quarta-feira, a atuação europeia do primeiro-ministro a um aluno que se esconde do professor para não falar e apelou a um consenso com o PSD nas negociações sobre as perspetivas financeiras.

Vitalino Canas falava em plenário, na Assembleia da República, no período de declarações políticas, numa intervenção em que criticou a linha seguida pelo Governo na última cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

«Ao contrário dos membros da corrente liberal em que se insere na União Europeia, o primeiro-ministro é um aluno que se esconde e mostra que não tem estratégia para Portugal. Só que os professores sentem-se desconfortáveis com os alunos que nunca falam e ainda por cima têm más notas nos exames», declarou o deputado do PS.

Ainda numa alusão ao debate travado no último Conselho Europeu sobre a atual situação financeira da Europa, que envolveu os primeiros-ministros de Espanha e da Grécia, entre outros, Vitalino Canas comparou Pedro Passos Coelho a um aluno «inseguro que se esconde atrás da carteira com medo do professor» e considerou «inaceitável que o Governo português não se bata externamente por uma redução do serviço de dívida».

«Não é aceitável que o Banco Central Europeu empreste aos bancos a juros mais baixos, para depois os mesmos bancos emprestarem aos Estados a juros elevados», sustentou Vitalino Canas.

Na sua intervenção, Vitalino Canas disse também esperar que antes do próximo Conselho Europeu, em novembro, possa ser possível um amplo consenso em Portugal sobre as negociações das perspetivas financeiras da União Europeia.

«É preciso evitar que o próximo orçamento da União Europeia tenha uma caráter recessivo e esperamos que o PSD não desperdice mais uma oportunidade», afirmou.

Na resposta, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, pegou na imagem do aluno perante a Europa referida por Vitalino Canas, mas para atacar os seis anos de executivos liderados por José Sócrates.

«Antes um aluno marrão do que um aluno cábula, que gasta e que não estuda. Já sabemos que a única esperança do PS é [o presidente francês] Hollande e que a única posição do PS é baixar os juros», comentou Nuno Magalhães, antes de deixar uma pergunta.

«Na sua última visita a Berlim, o secretário-geral do PS [António José Seguro] recebeu garantias do candidato a primeiro-ministro do SPD [sociais-democratas germânicos na oposição] de que fará Portugal pagar juros mais baixos e que o país vai ser alvo de uma injeção de mais dinheiro?», questionou o líder parlamentar do CDS.

No mesmo sentido de ataque ao PS, o dirigente da bancada social-democrata António Rodrigues considerou que a posição dos socialistas na política externa «é agora populista e facilitista».

O deputado do PSD admitiu mesmo que os socialistas portugueses «parecem agora querer seguir a linha do Syriza», o maior partido da oposição grega e que está inserido na família política europeia do Bloco de Esquerda.

António Rodrigues defendeu depois a necessidade de haver um consenso na aprovação do quadro financeiro plurianual em negociação na União Europeia.
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