Polémica em torno da votação de emigrantes em Macau - TVI

Polémica em torno da votação de emigrantes em Macau

Paulo Pisco

Reeleito deputado socialista Paulo Pisco defende que processo eleitoral deve ser investigado, porque votação foi atípica

Depois de contados 100% dos votos, com o apuramento das escolhas dos emigrantes nas legislativas do dia 4 de outubro, surgiu uma polémica em torno da votação em Macau. O reeleito deputado socialista Paulo Pisco defendeu que deve ser investigado o processo eleitoral, com base na votação “atípica” em Macau, onde a coligação PSD/CDS e o PS obtiveram resultados significativamente baixos.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Pisco, reeleito pelo círculo da Europa nas eleições legislativas, destacou o caso de uma mesa de apuramento de votos de Macau em que o partido Nós! Cidadãos obteve 1.237 votos, a coligação Portugal à Frente (PaF) 57 votos e o PS 41.

“Houve uma votação atípica na mesa 16 e algo não bate certo, pelo que deve ser investigado”


Questionado pela Lusa sobre a mesma situação, o também reeleito deputado da coligação PaF José Cesário e ainda secretário de Estado das Comunidades garantiu estar a par da situação e escusou-se a comentar, alegando que existem instituições competentes para o fazer.

Por seu lado, o responsável do Nós, Mendo Henriques, presente hoje na contagem dos votos dos emigrantes, que decorreu em Lisboa, disse apenas que “as mesas eleitorais são soberanas e validaram os resultados”.

Várias fontes oficiais confirmaram à Lusa que em causa está a votação expressiva do Nós!Cidadãos em Macau e na China, que “aparenta” conter irregularidades como, por exemplo, o mesmo modelo de cruz, a mesma cor de caneta e até documentos de identificação que surgiram integrados em boletins de voto.

Às 23:30 de hoje ainda decorria o apuramento geral de votos, não havendo, por isso, nenhum dirigente da Comissão Nacional de Eleições disponível para prestar declarações.

Sobre os resultados, José Cesário destacou a “vitória histórica” da PaF na Europa e da expressiva vitória no círculo fora da Europa. José Cesário considerou que o resultado obtido pelo PS na votação no estrangeiro foi “histórico, mas pela negativa”.

Já Paulo Pisco admitiu que o PS ficou aquém do que esperava, enquanto Mendo Henriques considerou que a votação no Nós foi “honrosa”.

O dirigente do Nós reiterou à Lusa a intenção de apresentar quinta-feira uma impugnação ao processo eleitoral no estrangeiro no Tribunal Constitucional.
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