O frente a frente entre André Ventura e João Ferreira, na TVI24, começou com o polémico caso da nomeação do procurador José Guerra. O deputado único e presidente do Chega disse que tanto Francisca Van Dunem como Eduardo Cabrita já não deviam exercer funções.
Quer a ministra da Justiça, quer o ministro da Administração Interna já não deviam estar em funções em Portugal", declarou no frente a frente com João Ferreira, na TVI24.
Ventura acusou o PCP e o Bloco de Esquerda de segurarem estes ministros ao longo dos últimos meses e disse que se Marcelo Rebelo de Sousa "fosse um Presidente a sério, hoje teria dito que era o último dia da ministra da Justiça".
Um Presidente não serve para tirar selfies e cortar fitas. Serve para assumir a legitimidade que os portugueses lhe deram".
Temos uma ministra da Justiça que assumiu falsidades de um currículo, num processo que já não tinha sido transparente, porque ele [José Guerra] não tinha sido o primeiro classificado do concurso, foi outra procuradora que era incómoda para o Governo, e eu não vejo o João Ferreira dizer nada sobre isso, não vejo o Bloco de Esquerda dizer nada sobre isso, só o André Ventura é que diz sobre isso e ontem ouvi o Rui Rio também dizer sobre isso".
Para reforçar, o presidente do Chega disse que a ministra da Justiça não se iria demitir "porque sabe que tem o Partido Socialista a defendê-la, o PCP e o Bloco de Esquerda a sustentá-los".
Existem aspetos que "não correspondem à verdade do currículo do procurador que foi escolhido"
O candidato presidencial apoiado pelo PCP admitiu que "há um problema", uma vez que foram enviadas informações para o Conselho Europeu, em Bruxelas, que "não correspondem à verdade no que toca a aspetos do currículo do procurador que foi escolhido" e, por essa razão, isso carece de esclarecimentos.
Aproveitou ainda o momento para esclarecer André Ventura que não é o Governo que seleciona o procurador, mas sim o Conselho Superior de Magistratura.
Há um comité europeu e há uma escolha nacional. O comité europeu indica um candidato, uma preferência, digamos assim, não vinculativa. Depois cabe ao Governo de cada país indicar um candidato (...) O que o Governo fez foi escolher o candidato indicado pelo Conselho Superior de Magistratura", disse.
O debate entre André Ventura e João Ferreira ficou marcado pelos vários momentos de tensão, mas também pelas sucessivas interrupções, sobretudo por parte do presidente do Chega.