Ministro da Saxónia admite entrada do Estado na Qimonda - TVI

Ministro da Saxónia admite entrada do Estado na Qimonda

Qimonda

Participação no capital da tecnológica é vista como «provável» se houver investidor

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O ministro da Economia da Saxónia, Thomas Jurk, considerou esta segunda-feira «provável» uma participação da região leste-alemã no capital da Qimonda, «se houver também um investidor privado».

Jurk reagia assim à notícia de que a empresa estatal chinesa Inspur, de Shandong, está disposta a adquirir uma quota de aproximadamente 50 por cento da Qimonda, desde que a Saxónia, Portugal e os credores da empresa também participem no plano para salvar o único fabricante europeu de semi-condutores.

Inspur abandona negociações para salvar Qimonda

Empresa estatal chinesa interessada

Segundo a agência Lusa, o ministro social-democrata acrescentou, em declarações a jornalistas em Dresden, onde está situada a principal fábrica da Qimonda, que o outro parceiro da coligação no governo regional, a CDU, «também já sinalizou que não exclui uma tal solução».

O porta-voz do governo da Saxónia, Peter Zimmermann, no entanto, reiterou que «actualmente não faz sentido discutir uma participação do Estado na Qimonda, porque ainda não há qualquer plano de negócios».

A Inspur, através da sua concessionária Shandong Sino-Chip, está interessada numa participação de quase 50% na Qimonda, e Portugal concorda com uma quota de 14%, apurou a Lusa junto de fontes da administração na Alemanha.

A Inspur é um fabricante de software da região de Shandong, na República Popular da China, que ao contrário de outros países asiáticos ainda não produz semi-condutores.

Portugal com participação de 14%

No modelo desenhado pelo gestor da falência Michael Jaffé, o Estado da Saxónia deveria assumir uma participação de 23%, directa ou indirecta, e Portugal uma participação de 14%, nos mesmos moldes, e a título provisório.

Além disso, os credores da Qimonda teriam ainda uma participação de 15%, o que significa que mais de 50% ficariam nas mãos de governos ou de particulares europeus, e a China com uma participação forte, mas minoritária.

Tal permitiria «manter a maioria do capital e a produção da Qimonda na Europa», sublinhou a mesma fonte.

Este plano para salvar a Qimonda, que requereu falência a 23 de Janeiro, foi apresentado na semana passada por Jaffé ao governo regional da Saxónia, que se mostrou, no entanto, reservado, ao contrário de Portugal e dos credores, que o consideraram uma solução viável.

Sebastian Brunner, porta-voz do gestor de falência, recusou comentar publicamente conversações com potenciais investidores e a existência de contactos com a Inspur, mas garantiu que «as negociações prosseguem».

Brunner esclareceu ainda que as decisões do gestor de falência na Alemanha em relação à Qimonda se referem «apenas à Qimonda Dresden e à casa-mãe, a Qimonda AG», com sede em Munique.

Tal significa que a Qimonda Vila do Conde, Portugal, apesar de afectada pelo requerimento de falência e pelas restrições à produção em Dresden, que absorve toda a produção da unidade lusa, e é também o seu único fornecedor de matéria-prima, não está sob a alçada do gestor da falência alemão, «que não tem poderes para tomar decisões administrativas directamente relacionadas com Portugal», precisou Brunner.
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