TGV: «Não se brinca com empresários deste país» - TVI

TGV: «Não se brinca com empresários deste país»

Filipe Soares Franco

Soares Franco critica a indecisão governamental sobre os grandes projectos

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[Notícia actualizada com mais declarações]

O presidente da OPWAY, Filipe Soares Franco, criticou esta quarta-feira a indecisão governamental relativa aos grandes investimentos públicos: novo aeroporto de Lisboa (NAL) e rede ferroviária de alta velocidade (mais conhecida como TGV).

«Nos últimos cinco anos, os consórcios do NAL e TGV já investiram mais de 60 milhões de euros. Acabou-se a brincadeira. Não se pode brincar com os empresários deste país», disse Soares Franco, no Fórum sobre Infra-estruturas e Transportes organizado pelo «Diário Económico», em Lisboa. De acordo com o mesmo, cada concurso tem um custo mínimo de 3,5 milhões de euros para os consórcios.

Mais, para o presidente da OPWAY e também da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP), se o projecto parar, significa que «o país também vai parar».

Confrontado com esse possível desfecho, Soares Franco considera que «o mínimo que [o Governo] pode fazer» é ressarcir as empresas já envolvidas.

O responsável deixou ainda um alerta sobre as ajudas comunitárias. «Não há fundos para subsidiar as Pequenas e Médias Empresas (PME). Ninguém, à excepção dos bancos nacionais, empresta dinheiro às PME, só o fazem para projectos estruturantes pois são estes que geram trabalho». E acrescentou: «Não há dinheiro mais mal gasto que com o fundo de desemprego».

Mas no mesmo Fórum e a propósito de Obras Públicas as opiniões não foram todas no mesmo sentido. É o caso do especialista em transportes José Manuel Viegas que se mostrou contra o programa de construção de novas estradas. O professor do Instituto Superior Técnico (IST) considerou-o um «absurdo» e disse ainda que o concurso público para o NAL é «opaco e ineficiente». Para o mesmo, Portugal podia gastar, no curto prazo, apenas 3 mil milhões de euros e não 15 mil milhões como está previsto.
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