Segredo de um negócio «está em inovar e não imitar» - TVI

Segredo de um negócio «está em inovar e não imitar»

  • Sónia Peres Pinto
  • 21 abr 2009, 06:35

Energia e biotecnologia são consideradas duas áreas a investir e «representam o futuro»

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Para ter sucesso num negócio é preciso cada vez mais «inovar e não imitar», revela o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Armindo Monteiro, em entrevista à Agência Financeira.

«Se alguma coisa que esta crise nos está a ensinar é que devemos privilegiar cada vez mais negócios baseados na inteligência e não na esperteza. Muitas vezes em Portugal tentam vingar negócios de esperteza, que não acrescentam nada à sociedade, apenas se baseiam em roubar clientes à concorrência e competem só com base preço. Isso leva-nos a uma situação medíocre, má para quem fornece e má para o cliente».

Veja as declarações em vídeo aqui

Para Armindo Monteiro é em alturas de instabilidade económica que devemos apostar na reestruturação do modelo de negócio. «Este tem de assentar no conhecimento, na inteligência, deve-se tentar inovar, tentar fazer diferente».

Investir em que áreas?

O responsável chama ainda a atenção para o risco de existir uma duplicação da actividade e para a necessidade de criar um negócio diferente do que já existe. «Se já existe na rua um café não vou fazer um igual. Se existe uma rua cheia de cafés então se calhar o que é preciso é uma pastelaria», exemplifica, acrescentando ainda que «precisamos de um modelo de negócio que seja mais sustentável, que seja pensado mais a médio e a longo prazo e não apenas no curto prazo».

Actividades ligadas à energia e às biotecnologias são apontadas, pelo dirigente da associação, como áreas a apostar, uma vez que, «representam seguramente o futuro, já deixaram de ser uma moda e passaram a ser uma realidade concreta». «Estas duas áreas vão permitir criar negócios que podem mudar a lógica empresarial em Portugal», refere à AF.

Subsídio de desemprego para empresários

Para Armindo Monteiro uma das grandes lacunas é a ausência de protecção social para quem está a investir e a assumir a responsabilidade de um negócio. Para isso, a ANJE defende a aplicação de um subsídio de desemprego para empresários, uma medida que já foi apresentada ao Governo e que aguarda resposta.

«Trata-se de uma proposta justa. Estamos a falar de uma protecção social para pequenos e médios empresários, para empresas que facturam até 150 mil euros e que são compostas por mais 2 ou 3 postos de trabalho, mais o gerente. Não tem a lógica que os dois postos de trabalho contem com um subsídio de desemprego para reorganizarem a sua vida e o empresário, que já hipotecou tudo o que podia hipotecar no seu plano pessoal, vai ter de encontrar meios para pagar as dívidas que contraiu, sem ter nenhum meio de subsistência para o período que não tem o rendimento. Isso não é uma forma de promover o empreendedorismo».

«O nosso sistema é completamente injusto para quem assume a responsabilidade. Por isso não é de estanhar que haja cada vez menos quem quer assumir a gerência de uma empresa, porque perde toda a sua protecção social e ganha responsabilidade», refere o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários.

Punições

No entender de Armindo Monteiro, «não tem lógica» o argumento de que o subsídio de desemprego para empresários levaria ao aumento de falências fraudulentas.

«Não vejo nenhum empresário que leve uma empresa à falência só para vir a receber o subsídio durante 2 anos. Quando uma empresa vai à falência tem uma série de dívidas para pagar. Também se assim fosse um trabalhador pode trabalhar 1 ano e arranjava um pretexto para cair no desemprego».

Para o responsável «se há situações de ilegalidade então que se puna de forma exemplar. Não se pode prejudicar um grupo que apenas ousou assumir responsabilidades e que no momento em que as coisas correm mal se vê sem nenhuma protecção do Estado».
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