«Aumentar impostos não fará reduzir o défice» - TVI

«Aumentar impostos não fará reduzir o défice»

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Augusto Mateus, ex-ministro da Economia, defende investimentos públicos

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O ex-ministro da Economia, Augusto Mateus, acredita que não será à custa de uma subida dos impostos que Portugal conseguirá atingir a meta imposta por Bruxelas de fixar o défice público nos 3% em 2013.

«Portugal não tem capacidade de reduzir o défice, mesmo com aumento de impostos, se não tiver uma política de crescimento», disse o economista à Agência Financeira, à margem de uma conferência sobre o mercado laboral, em Lisboa.

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Para Augusto Mateus, «não se trata nem de aumentar impostos nem de reduzir despesa», mas sim orientar os gastos públicos para «plataformas de negócios».

Por isso, o antigo governante da pasta da Economia defende «todos os investimentos, sejam eles grandes ou pequenos», incluindo o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa.

Investimento sim, mas com pés e cabeça

«Precisamos de investir de forma inteligente, numa óptica de modelo de negócio em vez de uma óptica dos custos», disse o responsável esta manhã. E exemplificou: «A construção do novo aeroporto deve ser pensada para um reforço das ligações com África, Atlântico e África do Sul; é preciso que a Lufthansa e a TAP estreitem relações. Caso contrário, não serve».

Para o ex-ministro «em tempo de crise temos de investir» apontando como principais problemas do país o forte endividamento das famílias, o fraco valor das exportações nacionais e a perda de competitividade da economia, graças não só à força do Euro, como também à entrada na União Europeia de países com mão-de-obra mais barata.

«Se continuarmos a focar o crescimento na despesa ou na ausência de investimento vamos continuar a navegar no desemprego», reiterou Augusto Mateus, que prevê um aumento desta taxa para «os dois dígitos no próximo trimestre».

«Salários não podem ter grandes aumentos»

«Dificilmente se pode perspectivar um grande aumento salarial para a Função Pública», disse Augusto Mateus, não querendo adiantar qualquer valor.

Função Pública: aumentos abaixo de 1%

Já para o sector privado, cada caso é um caso: «há actividades onde não será possível subir os salários, enquanto há outras actividades, de forte dinamismo, onde os salários podem aumentar acima de 1,5%».

Para o economista, «os portugueses que mantiveram o seu emprego tiveram um aumento do poder de compra brutal em 2009 e que poderá ser mantido no próximo ano».
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