Ex-director BPN Imofundos: «inexplicável» aumento imparidades - TVI

Ex-director BPN Imofundos: «inexplicável» aumento imparidades

BPN

Considera avaliação da Deloitte pouco rigorosa e diz que esta não é especializada em imobiliário

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O antigo director do BPN Imofundos António Coutinho Rebelo considerou esta quarta-feira «inacreditável» e «inexplicável» o aumento das imparidades (perdas potenciais) no BPN de cerca de 700 milhões de euros para os 1,8 mil milhões referido pela actual administração.

«Parece-me inacreditável e considero inexplicável este salto de gigante de 750 milhões para 1,8 mil milhões. Não sei qual é a razão de ser», disse António Coutinho Rebelo aos deputados da Comissão de Inquérito à Nacionalização do BPN e supervisão inerente, avançou a Lusa.

O antigo representante do BPN Imofundos, desde Janeiro que as suas funções estão a ser reavaliadas, foi confrontado pela deputada socialista Leonor Coutinho sobre a alegada «sobreavaliação» dos imóveis do universo SLN/BPN que, segundo a actual administração do banco, contribuiu decisivamente para os novos valores das imparidades.

Segundo afirmou também em sede de Comissão de Inquérito o actual administrador do BPN Norberto Rosa, a reavaliação dos muitos fundos imobiliários do BPN foi muito importante para que a actual administração tenha chegado ao valor de 1,8 mil milhões de euros em perdas potenciais.

Põe em causa rigor da reavaliação

António Coutinho Rebelo pôs em causa o rigor da reavaliação feita aos imóveis do BPN.

«Parece-me que essa avaliação não tem o grau de rigor e de detalhe que deveria ter. É uma avaliação, pode dizer-se, grosseira. Primeiro houve uma da Deloitte, que já tinha sido pouco rigorosa, porque a Delloite não é uma avaliadora especializada em imobiliário», disse o ex-responsável do BPN Imofundos aos deputados da comissão.

A Delloite, acrescentou, «cuidou de avaliar na óptica do banco enquanto credor ou de como o banco poderia estar em risco de uma eventual depreciação de valor».

«Nuns casos, avaliou bem mas, noutros, também aumentou o coeficiente de prudência associada a esses activos imobiliários», disse Coutinho Rebelo, para quem este efeito «em cascata» aumenta consideravelmente as imparidades.

Estes métodos, disse, «geraram estas imparidades gigantescas».

Os activos nos fundos imobiliários do BPN, disse Coutinho Rebelo, «eram avaliados previamente à sua aquisição e reavaliados com uma frequência bianual».

«O que sucedeu agora é que houve interesse e necessidade de reavaliar por uma entidade terceira», afirmou.
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