BPN: Empréstimo ao Banco Insular tratado por Oliveira e Costa - TVI

BPN: Empréstimo ao Banco Insular tratado por Oliveira e Costa

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Responsável disse ainda que negócio foi gerido com o máximo sigilo

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O antigo administrador do BPN Francisco Comprido afirmou esta terça-feira ter contraído um empréstimo pessoal junto do Banco Insular em meados de 2003, após intervenção de Oliveira e Costa, mas disse desconhecer que este pertencia ao universo BPN.

«Tive conhecimento do Banco Insular, de um banco com esse nome em Cabo Verde, em Março ou Abril de 2003. O meu conhecimento acerca de um banco com esse nome em Cabo Verde teve a ver com uma transacção estritamente pessoal», disse Francisco Comprido na comissão de inquérito parlamentar sobre o BPN, avançou a Lusa.

«Informei o presidente de que iria procurar financiamento pessoal junto de outro banco e ele ofereceu-se para procurar uma solução que fosse igualmente favorável. E a instituição encontrada era estrangeira e sedeada em Cabo Verde», disse o antigo responsável, acrescentando que o assunto «foi tratado apenas com Oliveira e Costa».

Visto que se tratava de um «contrato mútuo», disse, Oliveira e Costa fez-lhe chegar «um documento, de empréstimo».

«Assinei e o dinheiro foi depositado na minha conta. Depois, todos os meses eram debitados juros da minha conta», disse Francisco Comprido.

O negócio foi gerido com o máximo sigilo. «Todos os meses enviava um memorando reservado (a Oliveira e Costa) em que o informava dos juros debitados na minha conta». «Era reservado para que ele não desse conhecimento geral», acrescentou.

Sobre o Banco Insular de Cabo Verde, adquirido pelo grupo SLN em 2001 de forma indirecta após a compra da Fincor, Francisco Comprido disse apenas saber que se tratava de um «banco sedeado em Cabo Verde com capitais africanos».

«Nunca tive conhecimento desse banco na minha qualidade de administrador do banco», disse Francisco Comprido, antigo administrador com o pelouro financeiro, com a responsabilidade da tesouraria, os depósitos e empréstimos do banco.

O deputado do CDS-PP Nuno Melo questionou ainda Francisco Comprido sobre os cinco milhões de euros que o BPN investiu em moedas de ouro comemorativas do Euro-2004.

«Foram adquiridas pelo banco por altura, penso, de um campeonato de futebol. Para serem vendidas posteriormente, mas não lhe posso referir mais nada», foi a resposta de Francisco Comprido, o que motivou risos contidos entre os deputados.
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