Casas: queda das prestações permite poupar 2500 euros - TVI

Casas: queda das prestações permite poupar 2500 euros

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«Ao preço a que estão a contratar (o dinheiro) os bancos têm que subir os spreads», alerta presidente da Associação Portuguesa de Bancos

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A queda contínua das taxas de juro - associadas ao crédito habitação - chegou a níveis historicamente baixos, descendo acima dos 5% em apenas seis meses.

A Euribor a 6 meses baixou de 5,178 por cento em Outubro de 2008 para 1,668 por cento em Abril, o que permite a muitas famílias portuguesas começarem a pagar prestações mais baixas.

«A facilidade (descida das taxas de juros de referência) do Banco Central Europeu não vai acabar antes da crise», disse à Lusa João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

Vamos a contas. Num empréstimo a 30 anos, com um valor de 100 mil euros e um «spread» de 0,8 por cento, o significativo recuo das taxas de referência (no caso, a Euribor a seis meses) terá como reflexo uma descida de 204 euros na prestação mensal, equivalente a uma poupança anual próxima de 2.500 euros.

Já quem tem contrato indexado à Euribor a seis meses vai ver a média de Abril reflectida nas prestações que vão vigorar entre Junho e Novembro, enquanto que na Euribor a três meses a média de Abril vigorará entre Junho e Agosto e na Euribor a 12 meses entre Junho e Maio do ano seguinte.

A verdade é que, as condições dos novos contratos são agora menos favoráveis. João Salgueiro deixa o aviso: quem contrai empréstimos não deve ter ilusões com a actual descida das Euribor e deve contar no futuro com novas alterações menos favoráveis.

«Quando passar a crise, o BCE vai voltar a subir as taxas de referência e isso vai ter reflexos na subida das Euribor, afectando todos os contratos de crédito à habitação de taxa variável», alertou o presidente da associação.

Aumento dos «spreads» vs subida dos custos de financiamento

Uma outra realidade diz respeito ao aumento dos «spreads» por parte das várias instituições bancárias.

O que é certo é que os bancos justificam esta subida pelo aumento dos custos de financiamento, ou seja, o dinheiro que contratam no mercado interbancário está mais caro e isso terá de se reflectir nos «spreads» que cobram.

«Nos novos contratos as condições oferecidas pelos bancos não podem ser as mesmas devido aos custos de financiamento no mercado interbancário terem crescido bastante», justificou Salgueiro, reforçando que «ao preço a que estão a contratar (o dinheiro) os bancos têm que subir os spreads».
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