Constâncio preocupado com grande falta de capital dos bancos - TVI

Constâncio preocupado com grande falta de capital dos bancos

  • Rui Pedro Vieira
  • 21 abr 2009, 18:50
Constâncio

Instituições nacionais estão em melhor estado do que muitas de outros países

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O governador do Banco de Portugal (BdP) está preocupado com o sistema financeiro: «Falta muito capital no sistema bancário nos países desenvolvidos. Vai ter de haver um reposicionamento do crédito», disse Vítor Constâncio esta terça-feira aos jornalistas.

Esta foi uma reacção aos dados avançados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontam para uma perda de 4,1 biliões de dólares (3,16 biliões de euros) no sistema financeiro nos Estados Unidos, Europa e Japão, na sequência da actual crise financeira.

«É preocupante. [Os números do FMI] já reflectem os efeitos da crise económica, os efeitos ao nível da carteira de crédito», sublinhou Constâncio à margem da apresentação pública do Relatório de Supervisão Comportamental de 2008, que decorreu em Lisboa.

Sobre a solução para a crise financeira, o governador do BdP reconhece que esta só pode acontecer se tiver na sua primeira linha a resolução dos problemas dos bancos que mais têm sido afectados. «Só desta forma o crédito pode voltar a fluir», sustentou.

Bancos portugueses longe dos activos tóxicos

Por isso mesmo, lembra que em todo o mundo há uma situação de menor rentabilidade das instituições financeiras, o que implicará também uma redução do seu peso.

Já sobre o caso europeu, Vítor Constâncio diz-se preocupado com os efeitos de uma possível onda de incumprimento nos países da Europa Central e do Leste e reconhece que a banca nacional tem estado mais resguardada de situações de maior instabilidade financeira como estas: «Não temos o sistema bancário com produtos tóxicos», lembrou.

Apesar da quebra dos lucros sentida pelos bancos nacionais em 2008, Constâncio deu como exemplos «de bons sinais» do sistema financeiro português a emissão de dívida do BCP em mil milhões de euros sem recorrer ao aval do Estado e o recente aumento de capital do BES em 1,2 mil milhões de euros.
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