«Para nós é ponto assente que, tendo de sair trabalhadores, que seja por reformas antecipadas, nunca por despedimentos, e, de preferência, com a manutenção das regalias do BCP, que devem ser extensíveis a todos», afirmou o coordenador da CT, Manuel Reis, avança a «Lusa».
Em declarações à agência no final de uma reunião de emergência da comissão, convocada na sexta-feira na sequência da proposta de fusão com o BCP apresentada pelo BPI, o responsável adiantou ainda ter sido pedido um encontro de urgência com a administração do BCP.
A realizar, em princípio, na terça-feira, em hora ainda a definir, a reunião visa alertar a administração do maior banco privado português para a necessidade de «respeitar as regalias e direitos adquiridos dos trabalhadores do BCP».
«A fusão é absolutamente normal numa economia de mercado, não temos nem podemos ter voz activa quanto a ela», admitiu Manuel Reis.
Contudo, salientou, no decorrer da operação «os interesses dos trabalhadores têm de ser salvaguardados».
«De preferência - disse - deve haver um nivelamento por cima, ou seja, o que de melhor tem o BCP deve ser extensível ao BPI e vice-versa».
A este propósito, Manuel Reis considerou «no mínimo estranho» que a proposta de fusão apresentada pelo BPI «não fale numa parte bastante importante (do processo), que são os trabalhadores».
«Quando foi da oferta pública de aquisição [OPA] do BCP sobre o BPI a administração do BCP salvaguardou, logo desde início, que os trabalhadores do BPI seriam nivelados por cima e que as regalias do BCP lhes seriam extensíveis, mas até esta altura ainda não ouvimos qualquer palavra da administração do BPI sobre isto», lamentou.
Segundo adiantou à «Lusa» Manuel Reis, a CT divulgará, ainda hoje ou na terça-feira, um comunicado com 12 pontos com as conclusões da reunião de hoje da comissão.
As acções do BCP fecharam a valor 0,29% para os 3,43 euros, enquanto o BPI perdeu 2,77% para os 6,32 euros.
Trabalhadores do BCP só admitem saídas por reforma antecipada
- Redação
- 29 out 2007, 17:57
A comissão de trabalhadores (CT) do BCP admitiu hoje a inevitável extinção de postos de trabalho caso se concretize a fusão com o BPI, mas apenas recorrendo à reforma antecipada de funcionários, «nunca por despedimento».
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