Administradores do Banco Insular dizem-se «alheios» ao BPN - TVI

Administradores do Banco Insular dizem-se «alheios» ao BPN

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Responsáveis dizem que BPN está em Portugal e sujeito à supervisão de um Banco Central da Zona Euro

Os administradores locais do Banco Insular (BI) de Cabo Verde afirmaram-se esta segunda-feira «inteiramente alheios» ao relacionamento directo com o Banco Português de Negócios (BPN), remetendo as responsabilidades para o presidente do Conselho de Administração.

Num comunicado conjunto, o primeiro desde o início do processo e enviado à delegação da agência Lusa na Praia, José Luís Fernandes Lopes e Sérgio Augusto Centeio alegam que não tinham «conhecimento pleno da situação de domínio de facto que caracterizava» as relações entre o BI e o BPN.

Essas relações foram descritas e assumidas pelo presidente do Conselho de Administração do BI, José Vaz Mascarenhas, no processo de discussão com o Banco de Cabo Verde sobre as vias de se corrigir a situação da inadequação do capital em relação ao crédito total concedido, suscitada pela Inspecção da Supervisão, dizem os administradores locais.

José Luís Lopes e Sérgio Centeio vão mais longe e referem que só tomaram conhecimento da situação na mesma altura em que a informação chegou ao Banco de Cabo Verde.

Falta de cumprimento

A 17 deste mês, o governo de Cabo Verde decretou o encerramento do Banco Insular, alegando falta de cumprimento dos «normativos prudenciais respeitantes à reposição de fundos próprios, ao respeito do limite do rácio de solvibilidade e ao limite de concentração de riscos de crédito».

Hoje, no comunicado, os dois administradores locais adiantam que, até à data do conhecimento dos factos, apenas aprovaram a aceitação de depósitos feitos pelo BPN no Insular, bem como os créditos garantidos pelo banco português, «no respeito das leis e regulamentos bancários e dentro das normas internacionalmente aceites sobre concessão de créditos e aceitação de depósitos».

Insistindo na rejeição de qualquer responsabilidade, os dois administradores locais do BI lembram que «dificilmente deliberariam contra a aceitação de depósitos» do BPN, banco que, justificam, é proveniente de um país da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e membro do GAFI, instituição internacional de coordenação da luta contra o branqueamento de capitais.

Mais a mais, acrescentam, o BPN está em Portugal «e sujeito à supervisão de um Banco Central da Zona Euro».

«Dificilmente um administrador de um banco deliberaria contra a aceitação de depósitos de um tal banco», alegam.

Por isso, asseguram que as operações de crédito propostas pelo BPN ao BI eram analisadas, «no seu essencial», pelo que comportava de risco e das regras relativas ao conhecimento de clientes, «aspectos que estavam formalmente salvaguardados pela apresentação, pelo BPN, dos clientes e pelas garantias dadas aos créditos».

«Também dificilmente qualquer administrador de um banco recusaria deliberar a favor de créditos com tal perfil de risco», sustentam José Luís Lopes e Sérgio Centeio.
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