O primeiro-ministro não foi contactado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) sobre o negócio com o empresário Manuel Fino. José Sócrates garante mesmo que só soube do negócio ontem (terça-feira), e pela comunicação social.
Em causa está um acordo segundo o qual Manuel Fino entregou 9,58% da Cimpor à CGD como forma de pagamento por um empréstimo contraído junto do banco público. De acordo com as notícias que têm vindo a público, o empréstimo destinou-se a financiar o reforço da posição accionista da Investifino (empresa de Manuel Fino) na cimenteira, mas também a compra de acções no BCP quando estava a decorrer a guerra de poder no banco e ainda o financiamento da oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Soares da Costa, em Janeiro de 2007.
«Só tive conhecimento do negócio ontem pela comunicação social», afirmou o primeiro-ministro à saída do debate quinzenal no parlamento.
José Sócrates assegurou que o Governo não deu qualquer orientação à CGD nesta matéria. «A CGD toma decisões de gestão sem qualquer orientação concreta do Governo. Era só o que faltava, a CGD é um banco, não é uma repartição do Estado», disse.
O chefe de Estado considerou que o banco público tem «todas as competências para decidir, não vai ligar ao Estado ou ao Governo a pedir autorização».
«Não tenho qualquer informação, nem tenho de ter», afirmou, acrescentando no entanto que o ministro das Finanças pediu já ao banco informações sobre o negócio.
O primeiro-ministro disse ainda estar certo de que «a CGD está em condições de dar todas as explicações sobre o negócio» em causa.
CGD/Manuel Fino: Sócrates soube ontem pela comunicação social
- Paula Martins
- 25 fev 2009, 17:31
Primeiro-ministro diz que Caixa tem autonomia para tomar decisões
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