Greve CTT: uns falam de adesão de 17,5% outros de 75%

A adesão à greve dos trabalhadores dos CTT, no segundo de dois dias, foi de 17,5 por cento, dizem os Correios, número que não coincide com os 75% avançados pelo principal sindicato que convocou a paralisação.

De acordo com fonte oficial dos CTT, a empresa está «muito contente» com a taxa de adesão registada, «a mais baixa da história dos Correios», avança a «Lusa».

A mesma fonte afirmou à agência que todas as centrais de distribuição e todas as centrais de tratamento estiveram a funcionar em pleno, sendo que «a maior parte da população não sentiu os efeitos da greve».

Vítor Narciso, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), disse que «a greve, acompanhada da manifestação, foi um êxito e foi a prova de que os trabalhadores estão contra o que a administração quer fazer».

«Para a administração (a greve) foi uma derrota clara e unívoca, mostrando que ela vai ter que mudar», afirmou Vítor Narciso.

O secretário-geral do SNTCT disse ainda que os trabalhadores que se manifestaram «estão dispostos a lutar até que a administração ceda», voltando à greve em Abril caso a administração não se mostre «sensível».

«Ganhámos a batalha, não ganhámos a guerra, mas queremos ganhá-la», concluiu.

Repensar estratégia

Já para José Arsénio, dirigente do Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (Sindetelco), um dos nove sindicatos assinantes do novo Acordo de Empresa (AE) (documento que rege as relações entre a empresa e os seus funcionários), afirmou à Lusa que «a greve não teve sentido nenhum» quer para o sindicado, quer para os CTT.

«A greve teve muito pouca adesão», razão para que os «outros sindicatos repensem as suas estratégias», disse José Arsénio.

A greve de 48 horas dos trabalhadores dos CTT termina hoje, tendo sido decretada por cinco dos 14 sindicatos existentes nos correios.