Dívidas à banca vão crescer - TVI

Dívidas à banca vão crescer

Dinheiro, Contas

Rendimentos mais baixos são as primeiras vítimas

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O elevado endividamento das famílias à banca está a sobrecarregar os orçamentos domésticos e vai provocar um aumento dos incumprimentos nos empréstimos, por parte das famílias portuguesas mais pobres ou que estejam ameaçadas pelo desemprego. Preto no branco, quem avisa é o Banco de Portugal, verdade é que a banca comercial já está a apertar as malhas para a concessão de créditos aos privados, noticia o «Diário de Notícias».

O elevado valor dos empréstimos - principalmente à compra de habitação - em conjunto com o aumento das taxas de juro, verificado nos últimos meses, «ter-se-á traduzido em aumentos substanciais» dos encargos com os juros mensais a pagar, «de uma parte significativa das famílias portuguesas», diz o relatório de Outono do banco central.

segundo o mesmo jornal, em perigo de incumprimento bancário estão «sobretudo» as famílias de «estratos mais vulneráveis», como sejam as de «menor riqueza financeira, rendimentos tendencialmente mais baixos» e maior «propensão a transitar para situações de desemprego ou de emprego com salário menor».

Apesar deste aviso, o Banco de Portugal afirma que o o impacte do incumprimento das famílias junto das contas da banca comercial «deverá ser relativamente limitado». Isto porque, diz o banco liderado por Vítor Constâncio, a última factura que as famílias deixam de pagar é a da renda da casa ao banco. «Por outro lado, o crédito à habitação tem geralmente associadas garantias reais - hipotecas das casas - cujo valor excede o montante total do empréstimo», sublinha o relatório.

Fim de ano mais difícil

Para os últimos três meses do ano, adianta ainda o «DN», os bancos comerciais afirmam que estão a ser mais exigentes nos critérios para conceder empréstimos às famílias. Assim, para travar a apetência do crédito, a banca está a aumentar os spreads - o diferencial entre o preço do dinheiro pago pela banca ao captar depósitos e a taxa de juro cobrada nos empréstimos - elevando os montantes mensais a pagar pelos novos contratos de empréstimos à habitação.

Os bancos comerciais também se queixam de dificuldades em captar dinheiro para emprestar aos clientes. Uma consequência da crise com o crédito imobiliário americano e da falta de poupanças (depósitos) em Portugal. O Banco de Portugal afirma mesmo que o aumento dos spreads «reflecte dificuldades antecipadas no financiamento dos bancos nos mercados por grosso». Ou seja, os banqueiros nacionais estão com dificuldades em contratar empréstimos junto da banca estrangeira.
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