«OPA sobre Endesa ficará como case study» - TVI

«OPA sobre Endesa ficará como case study»

Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal

Na opinião de Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa para Portugal, a Operação Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre a Endesa vai ficar como «case study» da reconfiguração da política energética na Europa.

Em entrevista à «Agência Financeira», o responsável sublinha que ainda é preciso clarificar com que direitos efectivos ficam a Enel/Acciona, depois do acordo com a Endesa no âmbito da OPA.

Como vê a situação de luta pelo controlo da Endesa?

Todo o processo de OPAs sucessivas sobre a Endesa pode ter duas leituras. Por um lado,é extremamente desconfortável no sentido da empresa estar envolvida num turbilhão desta escala num momento em que se desenha quem vai ser quem na Europa, nas próximas décadas, no mercado eléctrico. Ficará certamente na história como «case study» a nível empresarial, político-empresarial e da desejada reconfiguração da política energética na Europa. Mas não é de facto o melhor dos ambientes para haver serenidade para prefigurar um posicionamento da Endesa no mercado europeu. Por outro lado, a leitura pode ser boa, considerando que se uma empresa é tão cobiçada é porque é excelente.

E quanto ao acordo celebrado com a Enel/Acciona?

Não sei se é definitivo este novo desenho que se está a esboçar. Mesmo que o seja, se a Enel e a Acciona vierem a ser os accionistas de controlo da Endesa, ainda falta saber se vai ser autorizado, dentro de seis meses, o lançamento de uma nova OPA por parte das mesmas e em que termos, a vir a ser feito, se concretizará. Há parâmetros que estão muito poucos escritos ainda. O que é certo é que a Endesa tem tido uma grande preocupação em evitar que a empresa seja desconfigurada ou descaraterizada.

Isso passaria por ter um controlo internacional?

Exacto. O que tem sido dito em toda esta saga é que os responsáveis da empresa não têm feito o que têm feito porque querem que a empresa seja controlada pelo management. O que naturalmente têm é a obrigação é de defender o interesse dos accionistas.

Com este cenário, embora esteja envolvida uma grande empresa do sector, não existe nenhuma declaração que tenha sido feita pela Enel/Acciona relativamente ao que entende no futuro que é o projecto da Endesa no caso de virem a ter um controlo efectivo sobre a empresa. É esse o ponto de interrogação.

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