Acções da EDP vão continuar voláteis nos próximos meses - TVI

Acções da EDP vão continuar voláteis nos próximos meses

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Os analistas acreditam que as acções da Energia de Portugal (EDP) vão continuar voláteis nos próximos meses, devido à suspensão do processo de reestruturação do sector energético português, depois do chumbo oficial de Bruxelas e da tomada de posição do Governo em não avançar com o dossier, na sequência da convocação de eleições antecipadas.

«Embora os títulos da EDP já tenham descontado o chumbo de Bruxelas (Colégio de Comissários) sobre o gás, vamos continuar a assistir a uma volatilidade, ainda que seja difícil prever até quando», afirmou uma analista à Agência Financeira.

Depois da decisão oficial da Comissão Europeia (CE), caberia ao Governo apresentar um plano estratégico alternativo para a reestruturação do sector energético nacional, no âmbito do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL). «Contudo, devido à mudança verificada na situação política, só o novo Governo, a ser eleito em Fevereiro, pode resolver a situação», afirmou Enrique Soldevila Manrique, analista do BPI, numa nota de research. «A incerteza em torno do negócio do gás e o futuro da Gás de Portugal (GdP) vai continuar nos próximos meses», acrescenta o mesmo analista.

A mesma opinião foi expressa por outra analista. Mas esta acrescenta que este não é um tema que tenha grande influência na EDP, dado a sua relevância. De facto, os analistas consideram mais importante o facto da EDP «não ter cedido no negócio da geração».

A CE justificou a sua posição contrária à integração do negócio do gás na eléctrica nacional com o facto desta operação trazer problemas de concorrência ao mercado nacional, pois iria fortalecer a posição da EDP. O executivo comunitário referiu ainda que «a fusão teria reduzido significativamente ou impedido os efeitos da liberalização dos mercados eléctricos e do gás, e teria aumentado os preços para os consumidores industriais e domésticos». Quanto a este último aspecto, Miguel Viana, analista da Espírito Santo Research (ESR), frisou que ainda não «existe uma data concreta para a liberalização» do mercado nacional, que o mercado ibérico efectivo só existirá ao fim de vários anos depois do seu lançamento.

No entanto, os analistas frisam que a EDP vai continuar a estar dentro do negócio do gás, ainda que indirectamente, através da sua participação de 14,27% na Galp Energia, detentora da Gás de Portugal (GdP).
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