Aeroporto da Ota vai criar 56 mil postos de trabalho - TVI

Aeroporto da Ota vai criar 56 mil postos de trabalho

Ota

O novo aeroporto da Ota, que o primeiro-ministro, José Sócrates, vai hoje apresentar publicamente, irá criar 56 mil postos de trabalho na região, dos quais 28 mil serão empregos directos. A construção da nova infra-estrutura aeroportuária dará ainda, temporariamente, emprego a mais quatro ou cinco mil trabalhadores.

As contas são da Naer - Novo Aeroporto, que se baseia na estimativa de que o futuro aeroporto irá movimentar cerca de 33 milhões de passageiros em 2039 (final do período de concessão).

Actualmente, trabalham no aeroporto da Portela cerca de dez mil pessoas, para o processamento de cerca de dez milhões de passageiros, enquanto o aeroporto de Faro, que processa 4,5 milhões de passageiros, emprega quatro mil pessoa, avança o «Diário de Notícias».

José Sócrates confirma hoje a aposta no projecto do aeroporto da Ota, perante uma plateia de 700 convidados, onde vão estar os maiores especialistas do sector aeronáutico nacional e mundial, que falarão sobre os limites do aeroporto da Portela, o porquê da localização na Ota do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa, a respectiva estrutura de financiamento e o seu impacto na economia nacional. As orientações do Governo para o desenvolvimento do projecto ficam a cargo do secretário de Estado adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos.

Com esta sessão, intitulada «Lisboa 2017 um aeroporto com futuro», o Governo pretende dar um sinal de confiança aos agentes económicos, de que o aeroporto na Ota é uma realidade, contrariando as críticas ao empreendimento, sobretudo numa altura de grande contenção orçamental.

De acordo com um estudo do Banco Efisa, o novo aeroporto vai custar cerca de três mil milhões, valor a que acrescem mais 600 milhões de euros com os custos da dívida bancária. Ou seja, no final a infra-estrutura aeroportuária vai custar 3,6 mil milhões de euros.

No estudo sobre o impacto do novo aeroporto na economia portuguesa, ao qual o DN teve acesso, o professor Jorge Andraz salienta a importância do investimento em infra-estruturas «na promoção do crescimento económico, que contribuem para o bem-estar das famílias e para o aumento de produtividade das empresas». Será ainda de esperar, refere, «que o investimento em infra-estruturas tenha um impacto positivo no emprego, no investimento privado e no produto interno bruto».

Entre os projectos de alta velocidade e do aeroporto, o Executivo deu prioridade à Ota porque, disse ao DN fonte do Ministério dos Transportes, não envolve grandes «verbas públicas». O recurso às Parcerias Público Privadas (PPP) foi a solução encontrada para financiar a infra-estrutura. O estudo do Banco Efisa realça que o «novo aeroporto pode ser desenvolvido sem recurso a dotações do Orçamento do Estado».

Para isso, é necessário criar um fundo de de-senvolvimento, no valor de 472 milhões de euros, através de várias medidas, entre as quais o aumento do período de concessão e a criação de uma taxa de passageiro na Portela.

O fim da Portela, que tem como grande vantagem estar dentro da cidade, foi ditado pelo facto de o actual aeroporto não comportar o volume de tráfego aéreo previsto para os próximos anos e o seu alargamento implicar custos muito elevados. Só na actual época de Inverno, a ANA rejeitou 1119 voos, por falta de capacidade do aeroporto.

Por tudo isso, e enquanto a nova infra-estrutura não está concluída, a Portela vai receber, nos próximos anos, investimentos calculados em 400 milhões de euros, para além da ligação à rede do metropolitano (extensão da Linha Vermelha a partir da Gare do Oriente), refere ainda o «Diário de Notícias»
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