Alisuper: encerramento possível, 700 empregos em risco - TVI

Alisuper: encerramento possível, 700 empregos em risco

Emprego

CGD não quer aumentar nível de envolvimento financeiro, BPI e BPN estão a seguir posição da Caixa e apenas o BCP concorda com o plano de recuperação

A administração da Alicoop está «apreensiva» quanto ao futuro da cadeia de supermercados Alisuper e dos trabalhadores do grupo, avança a Lusa. Uma preocupação legítima, depois de os credores da empresa (CGD, BPI e BPN) não terem aprovado o plano de recuperação do grupo.

Segundo o presidente da Cooperativa de Produtos Alimentares (Alicoop) e também da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), José António Silva, os três bancos não compareceram na assembleia de credores reunida hoje em Lisboa, «não permitindo a tomada de posições quanto ao plano de recuperação».

«Se até à data limite de apresentação do plano de recuperação ao tribunal [segunda feira] não houver mudança de posições, está já agendada uma comissão de credores para o dia seguinte, para equacionar o eventual encerramento e liquidação do grupo», disse o presidente da Alicoop à Lusa.

700 postos de trabalho ameaçados

Além dos quase 500 postos de trabalho directos envolvidos, há ainda mais duas centenas de postos indirectos que ficam ameaçados.

O plano, apresentado em Junho pela consultora Deloitte, prevê a viabilização do grupo que controla as empresas Alisuper, Macral e Geneco através da injecção de 5,5 milhões de euros, financiados pela banca credora. O dinheiro destina-se, segundo José António Silva, ao reforço de tesouraria e à reconversão das 87 lojas do grupo numa insígnia internacional até Agosto.

«Temos o acordo do BCP para a implementação do plano de recuperação, mas a posição assumida hoje pela Caixa está a arrastar o BPI e o BPN para posições semelhantes», explicou José António Silva, à saída da assembleia de credores.

A Alicoop, em insolvência desde Agosto, acumula dívidas de cerca de 80 milhões de euros, 20 milhões dos quais a fornecedores. De acordo com o plano de recuperação apresentado, a CGD era chamada a injectar 1,2 milhões de euros na empresa e a ceder garantias financeiras.

José António Silva explicou que o banco estatal «não está disponível para viabilizar estas contrapartidas, mesmo sabendo que metade do dinheiro que injectaria lhe seria devolvido em Setembro».

Fonte oficial da CGD explicou à Lusa que o banco «não quer inviabilizar o futuro da empresa», mas justifica a posição: «Não queremos aumentar o nosso nível de envolvimento financeiro como já o fizemos em 2008 e 2009».
Continue a ler esta notícia