Banca e construção civil atentas ao aeroporto da OTA - TVI

Banca e construção civil atentas ao aeroporto da OTA

Ota (placa)

As atenções da Banca e da Construção Civil concentram-se hoje na Gare Marítima de Alcântara. Mais do que a apresentação do novo aeroporto, o que os empresários querem ouvir é o calendário das obras anunciado por Mário Lino, noticia o «Correio da Manhã».

Os grandes grupos financeiros nacionais aguardam que o ministro Mário Lino anuncie hoje o calendário de construção do novo aeroporto da Ota, para começarem a constituir os consórcios através dos quais serão apresentadas as propostas de participação naquele empreendimento. O Grupo Mello, por exemplo, foi um dos que já mostrou interesse em participar através da Brisa.

Estamos a falar do maior projecto de engenharia deste o início da construção da ponte Vasco da Gama, em 1993. Em jogo estão 3,6 mil milhões de euros, dos quais 70% será financiamento privado (o restante será dado através de apoio da União Europeia e negociado com o modelo de concessão). Todas as instituições financeiras se fizeram representar na cerimónia de hoje. O BPI e o Banco Efisa apresentarão dois estudos sobre a viabilidade do projecto e o seu financiamento. Os bancos BNP/Paribas, Citigroup, UBS, Morgan Stanley e BEI vão mostrar o ponto de vista das instituições financeiras sobre o negócio.

Nenhum banco português tem capacidade financeira para enfrentar sozinho um projecto desta dimensão. Por isso aguarda-se a constituição de diversos consórcios entre bancos nacionais e estrangeiros e empresas de construção.

O sector da Construção Civil é outro dos grandes beneficiários do projecto. Para a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS) é importante que haja uma «decisão técnica» bem fundamentada sobre a construção do novo aeroporto e que o Governo revele a calendarização da execução das obras para que se possa avançar com esta ou com outras obras. Jorge Oliveira, da AECOPS, defendeu que há «muitas outras obras que precisam ser feitas» ¿ a nível do abastecimento de água, de vias rodoviárias, de transportes ferroviários, de construção de novas barragens ¿ e, como tal, o Governo tem de tomar uma decisão definitiva sobre a construção do novo aeroporto e estabelecer um calendário para que o projecto avance ou, então, para que outras obras avancem.

Jorge Oliveira adiantou que as empresas portuguesas do sector já demonstraram que estão disponíveis e têm capacidade para fazer «o que for necessário».

O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas do Norte (AICCOPN), Reis Campos, concorda com esta posição e frisa que a construção do novo aeroporto, independentemente da sua localização, deve ser uma «oportunidade para as empresas nacionais». Reis Campos salienta que é preciso, porém, ter em atenção o facto dos efeitos desta obra não serem imediatos. «Uma obra desta envergadura só tem efeitos a médio prazo, não terá efeitos já no próximo ano ou no seguinte», sublinhou aquele dirigente.
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