Banca nacional resistiu melhor à crise que outras - TVI

Banca nacional resistiu melhor à crise que outras

Horta Osório

Confiança entre bancos e clientes foi abalada, mas não no que toca a crédito e depósitos

A banca nacional resistiu melhor à crise financeira que a de outros países, afirmou o actual presidente do Abbey, a unidade do Santander no Reino Unido, em entrevista à RTP.

António Horta Osório, que já foi também presidente do Santander Totta, disse que «temos um sector que está a ultrapassar melhor a crise que outros», apesar de a procura de produtos financeiros ter vindo a baixar devido à crise.

«É boa política reduzir a capacidade instalada e nesse sentido haveria algum espaço para a consolidação», disse ainda.

Banqueiro: portugueses têm de se sacrificar e poupar mais

Ainda assim, o banqueiro acredita que o pior da crise financeira já passou, devido aos estímulos fiscais e de política monetária levados a cabo pelos Estados, que «não têm precedentes na história recente».

Na economia real, as coisas são um pouco diferentes e as consequências da crise ainda se estão a fazer sentir, pelo que a retoma vai ser lenta e difícil. Questionado por Judite de Sousa de quanto tempo se estaria a falar, Horta Osório limitou-se a afirmar que se trata «de um período longo».

O banqueiro admitiu que os bancos tiveram parte da culpa pela crise, reconhecendo que existia uma elevada liquidez nos mercados e uma «facilidade excessiva» na concessão de crédito. Mas também outros agentes económicos, a regulação e até as agências de rating tiveram a sua quota parte de culpa.

Depois do abanão que a banca mundial sofreu, a confiança entre bancos e clientes deteriorou-se, mas não em termos de crédito e depósitos, afirmou. «Aí, penso que a confiança se mantém».

BPN deve voltar rapidamente à esfera privada

Horta Osório manifestou-se ainda sobre um dos casos mais polémicos da banca nacional: o BPN, defendendo que o banco, nacionalizado devido a actos ilegais, deve ser «rapidamente devolvido ao sector privado».

O português considerado o terceiro mais influente da City londrina, considerou que, na altura da nacionalização, «o Governo fez bem» em tomar a decisão, porque «era muito importante evitar qualquer risco sistémico e falta de confiança dos clientes».
Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE