Bruxelas quer corte no défice português já em 2010

Portugal vai ter de começar a consolidar as contas públicas já a partir de 2010. A meta é corrigir o défice excessivo para menos de 3 por cento do PIB até 2013, de acordo com o «Público».

Para isso¿o país terá que garantir um ajustamento médio anual de 1,25% do Produto Interno Bruto (PIB). O esforço inicial deverá ser suave face a um período de recuperação económica, mas depois terá que ser intensificado, caso a retoma se confirmar.

De acordo com o Público, esta é a trajectória que a Comissão Europeia vai recomendar ao Governo na próxima quarta-feira, no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento do euro.

Mas o esforço de consolidação não será feito ao mesmo tempo por todos os países europeus. Bruxelas quer que países como Portugal e outros com nível de défice semelhante comecem a consolidar as contas publicas um ano mais cedo do que a generalidade das nações europeias. A culpa é do elevado défice público e a actual situação das contas correntes, segundo o texto de recomendação que o mesmo jornal teve acesso. A par de Portugal deverão estar países como Espanha, França, Irlanda, Itália, Bélgica, Eslovénia, Eslováquia e Malta.

Já os países com maior margem de manobra orçamental, uma vez que têm desequilíbrios menos acentuados, poderão esperar por 2011 para iniciar o processo. É o caso da Alemanha, Holanda ou Áustria.

Segundo as previsões avançadas por Bruxelas há uma semana, o défice português saltará de 2,7 por cento do PIB em 2008 para 8 por cento este ano e no próximo, podendo voltar a subir para 8,7 por cento em 2011, se as actuais políticas se mantiverem. A dívida pública vai disparar de 66 por cento em 2008 para 91 por cento em 2011.