Carlos Silvino regressa a casa de forma discreta - TVI

Carlos Silvino regressa a casa de forma discreta

Bibi

O principal arguido do processo Casa Pia, Carlos Silvino, regressou ao início do dia de hoje a casa, após três anos de prisão, de forma discreta e sem muitos vizinhos a aguardá- lo na rua, noticia a agência «Lusa».

Poucos minutos depois de ter deixado o estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária, Carlos Silvino, conhecido como «Bibi», chegou à rua onde mora, no Bairro de Santos, a pé, e apenas acompanhado por três polícias à civil.

Uma operação de tal forma discreta que praticamente ninguém deu pela chegada silenciosa de «Bibi», que, ainda assim, já quando entrava em casa, ainda ouviu dos poucos curiosos que o aguardavam alguns insultos, em que «violador» foi o mais «brando».

Quando todos esperavam que chegasse num dos três carros que saíram da prisão, Carlos Silvino chegou a pé, vindo de uma rua de sentido proibido, apenas tapando a cara com uma mão, um acto praticamente desnecessário já que a chegada quase passou despercebida aos jornalistas de imagem.

Discretos foram também os seus advogados, José Maria Martins e Ramiro Miguel, que passaram na rua onde mora Carlos Silvino de carro, poucos minutos depois, mas sem parar.

A «festa» pelo regresso de Carlos Silvino a casa foi assim feita uma hora antes, quando cerca de uma dúzia de moradores do bairro se juntaram a comentar a chegada iminente do principal arguido do processo mais mediático do país.

Cerca das 23:00 de quinta-feira, com a chegada dos primeiros jornalistas à rua, alguns moradores decidiram não arredar pé do local, até pela chegada pouco depois de vários polícias.

Cinquenta minutos depois, com as televisões presentes e mais polícias na rua, o «circo» estava montado.

Os moradores que estavam na rua desafiavam os que assistiam da janela para descer e da janela de um dos prédios uma mulher gritava:

«à saúde do Bibi haviam era de trazer uma cafeteira de café e bolos».

«Tá um frio.... e eu estou aqui para ver aquele palhaço», dizia outra, entre comentários sobre como Carlos Silvino iria ser recebido no bairro, uns a favor do arguido, outros contra a presença dele na rua.

Tudo somado, a presença de «Bibi» na casa camarária onde morava quando, há três anos, foi preso pareceu suscitar mais curiosidade do que hostilidade ou simpatia.

Foi essa curiosidade que manteve os poucos vizinhos por mais algum tempo na rua, mesmo depois da entrada de Carlos Silvino no prédio, a partir daí com a entrada guardada por dois polícias.

Lá dentro, no terceiro andar, Carlos Silvino terá encontrado uma casa limpa e arejada, nas palavras de uma vizinha à Agência Lusa, que disse que na tarde de hoje duas mulheres estiveram a fazer limpezas ao apartamento, um terceiro andar.

Uma delas, «uma russa, alta, de cabelo apanhado», era a irmã, garantiu a mulher, explicando que já a tinha visto numa fotografia.

No apartamento a electricidade não fora cortada, porque com a entrada de Carlos Silvino viu-se da rua luz por uma das janelas. E mais nada.
Continue a ler esta notícia