Casa Pia: Pedro Strecht demite-se da Comissão de Apoio - TVI

Casa Pia: Pedro Strecht demite-se da Comissão de Apoio

Pedro Strecht, pedopsiquiatra

O Ministério da Segurança Social, que já confirmou a demissão de Pedro Strecht, alega que o médico apresentou a demissão por «razões de consciência».

O ministério numa curta nota de imprensa diz que é «alheio» às razões que moveram Strecht e adianta que respeita a decisão.

O texto regista ainda com agrado que o médico, apesar da demissão, mantém a disponibilidade para apoiar quando entender necessário os jovens da Casa Pia de Lisboa.

O comunicado da tutela, citado pela TSF, sublinha que «a demissão é justificada com razões de consciência» e faz ainda saber que espera que a comissão de acompanhamento se pronuncie sobre a necessidade ou não de substituir Pedro Strecht.

O ministério de Fernando Negrão garante que continua também assegurado o acompanhamento dos jovens da Casa Pia de Lisboa.

Numa carta enviada ao ministro da Segurança Social, o médico pedopsiquiatra, Pedro Strecht, anuncia «com imensa tristeza» a decisão irreversível de se demitir das funções para as quais foi mandatado em Novembro de 2002, por despacho do ministro Bagão Félix.

De todos os casos avaliados, é impossível duvidar da existência de falsos testemunhos, defende o médico depois da juíza Ana Peres ter mandado repetir os exames psicológicos às alegadas vítimas do processo Casa Pia.

«A sua verdade psíquica é coerente, e revela bem não só a existência real do que alegam terem sido vítimas como a profundidade do seu impacto patogénico. Todos sofreram e continuam a sofrer pelo horror dos crimes de que foram vítimas».

Pedro Strecht considera que «é necessário que estas crianças e adolescentes possam ser ouvidas em tempo útil e segundo critérios de tranquilidade e objectividade que não devem ser postos em causa».

Mas, acrescenta, a existência de factos recentes já difundidos e comentados pela comunicação social, abalam inequivocamente esta posição de respeito pela defesa do melhor interesses das crianças e adolescentes.

«É manifestamente impossível continuar a assumir um lugar que publicamente me coloca numa papel de contornos inexplicáveis e incompreensíveis face aos olhos de todos aqueles que conheci ao longo deste processo», adianta.
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