Catalina mantém-se como provedora durante mudança na Casa Pia - TVI

Catalina mantém-se como provedora durante mudança na Casa Pia

Catalina Pestana

O Governo vai nomear uma comissão instaladora que durante um ano vai preparar uma mudança na casa Pia de Lisboa, mantendo Catalina Pestana como provedora da instituição.

O anúncio desta decisão foi feito hoje pelo ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, na sessão solene de abertura do ano lectivo 2005/2006 na instituição.

Vieira da Silva adiantou que esse período de transição pode ir de 12 a 16 meses, mas não explicou se Catalina Pestana continuará à frente da Casa Pia depois desse período.

De acordo com o ministro, Catalina Pestana irá também fazer parte, por inerência das suas funções de provedora, da comissão instaladora que o Governo vai apresentar e cujos membros não são ainda conhecidos.

O ministro disse que a mudança que preconiza para a Casa Pia decorre em boa parte das propostas que há cerca de um ano foram apresentadas por um conselho técnico-científico criado na sequência do processo de pedofilia que abalou a instituição.

O processo de renovação da Casa Pia, disse aos jornalistas, vai implicar a criação de uma comissão instaladora que irá «renovar o modelo institucional» da organização.

O período de transição vai durar todo o ano de 2006, mas poderá estender-se um pouco mais, pretendendo o governo nomear os elementos que fazem parte da comissão até final do ano.

José Vieira da Silva recusou-se a explicar se Catalina Pestana ficará a dirigir a Casa Pia até ao final do julgamento do processo de pedofilia, dizendo antes que ficará até estar concluído o processo de mudanças.

Já antes, durante uma intervenção na cerimónia de abertura do ano lectivo, o ministro tinha preconizado a necessidade de «iniciar um novo ciclo» na Casa Pia, sem que isso significasse «passar uma esponja sobre o passado de crise».

«Os dramáticos acontecimentos que atingiram a Casa Pia não podem ser esquecidos, minimizados ou relativizados», disse, acrescentando: «precisamos de concretizar uma ruptura».

«Promover a desmassificação do acolhimento na Casa Pia», acolhendo as crianças em grupos mais reduzidos, renovar o investimento na formação profissional e valorizar a oferta de formação a jovens com deficiência são objectivos que a Casa Pia deve ter no futuro, disse o responsável.

Catalina Pestana, em vésperas de completar três anos à frente da Casa Pia, não se pronunciou sobre as decisões anunciadas pelo ministro, preferindo agradecer aos alunos e a todos os responsáveis da instituição a forma como encararam a crise dos últimos três anos.

A cerimónia de abertura do ano lectivo decorreu este ano no Colégio Nossa Senhora da Conceição, semi-interno, com mais de 400 alunos. Ao todo, a Casa Pia tem mais de quatro mil alunos.
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