CCB vai gerir orçamento com «criatividade» em ano de crise - TVI

CCB vai gerir orçamento com «criatividade» em ano de crise

CCB - Grande Auditório - Plateias

O Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, entra em 2005 com um orçamento de 17,5 milhões de euros que será gerido com «criatividade e imaginação», num ano que para a administração será de «rigor e contenção».

Na apresentação da programação do CCB para este ano, o presidente da administração, Fraústo da Silva, afirmou que o momento é de crise o que obriga a «dar largas à imaginação» para gerir as verbas de funcionamento da instituição e dos programas culturais.

Sem revelar valores de 2004, porque as contas não estão ainda fechadas, o orçamento total do CCB para 2005 é 3,4 por cento superior ao ano passado, afirmou Ana Isabel Morais, uma das vogais da administração.

Á semelhança de 2004, o Estado financiará o centro com cerca de oito milhões de euros, o que representa 45,5% do total do orçamento.

Dos restantes 54,4% do orçamento, o CCB conta com receitas próprias e financiamentos por meios de parceiros e mecenas, como o Banco Espírito Santo e a Câmara de Lisboa.

Num «contexto de dificuldades», a administração do CCB quer, assim, atrair mais público aos seus espaços, de forma a aumentar as receitas de bilheteira, e aumentar o uso das salas dos centros de reuniões.

Para que este não haja incertezas em relação a verbas para realizar a Festa da Música, um dos mais emblemáticos eventos do CCB, a administração garante o financiamento, embora não especifique como e onde vai desbloquear verbas.

«Não estamos à espera do Estado para fazer a Festa da Música», referiu Fraústo da Silva, questionando ainda a pertinência de voltar a falar do assunto com o Ministério da Cultura.

O administrador do CCB foi muito crítico em relação à actual política de apoio à cultura em Portugal, aludindo às cativações de verbas nos orçamentos dos organismos culturais.

«É preciso repensar a forma como a cultura e algumas instituições são encaradas e o CCB devia vir à cabeça pelo trabalho de serviço público que desenvolve», sublinhou Fraústo da Silva.

«É uma questão de política central e este tipo de procedimentos é altamente penalizante», reforçou Guta Moura Guedes, vogal da administração do CCB, em funções desde Novembro.

Ainda há pouco tempo no CCB, as duas novas vogais da administração, em conjunto com Fraústo da Silva, pretendem repensar o modelo de funcionamento do centro e a articulação entre assessores e programadores.

O ano que findou foi, segundo contas da administração, o melhor em termos de venda de bilhetes, mas de em termos de récitas foi um dos mais baixos.

Em 2004 houve 398 récitas de teatro, música e dança nos espaços do CCB com 199 mil espectadores, o que significou 75,3% de taxa de ocupação.
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