Como vai acabar a crise hipotecária? - TVI

Como vai acabar a crise hipotecária?

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Dois cenários possíveis: recessão ou fase renovada de expansão e crescimento

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Seguramente já pensou onde vai culminar a crise hipotecária de alto risco que se iniciou nos EUA em Agosto passado e que não tem deixado indiferente outras economias, nomeadamente a europeia. Os analistas do Barclays Capital dão uma ajuda e traçam dois cenários possíveis, um bem melhor que o outro.

O último relatório «Global Outlook» alerta que o clima de investimento mudou drasticamente nos últimos quatro meses e que algumas das mudanças mais relevantes devem ser realçadas, no momento de tomar uma decisão. Uma delas prende-se com até que ponto os riscos e actuais incertezas macroeconómicas terão aumentado a percentagem de risco marginal.

Desta forma, o banco diz que, «contrariamente ao que se passava anteriormente neste ciclo, a questão agora prende-se em saber se o abrandamento culmina em recessão ou se a fraqueza actual dos mercados acabará por não ser mais do que um pequeno percalço, seguido de uma fase renovada de expansão e crescimento».

E acrescentam: «Este tipo de ambiente implica que haja a possibilidade de perdas mais avolumadas nas transacções incorrectas, comparativamente ao que aconteceu na maioria deste ciclo. Isto faz com que os investimentos que transferem o risco e as posições de valor relativo sejam mais atractivos».

Investidores devem ser cautelosos no mercado de crédito

Outra alteração fundamental no panorama económico que o Barclays salienta é a mudança na avaliação relativa entre as acções e o crédito. «Desde muito cedo, no presente ciclo, o mercado de acções valorizou as perspectivas empresariais muito menos do que o mercado de crédito, mas a súbita venda ao desbarato das posições de crédito fez com que as avaliações relativas nestes dois segmentos tenham voltado às suas posições normais. Isto significa que os investidores devem, pela primeira vez em vários anos, considerar o mercado de crédito como uma arena onde se podem expor à performance empresarial ainda que cautelosamente».

Finalmente, o banco diz ser crucial na tomada de decisões de investimento distinguir entre duas diferentes causas da recente reapreciação do valor do crédito: a falta de liquidez e a venda forçada, e a mudança da apreciação da qualidade dos créditos. «Este factor é importante porque os fios condutores deverão deixar de estar ligados nos próximos meses», remata.

Perspectivas de melhoria de liquidez mais animadoras

As percepções subjacentes à qualidade dos créditos deverão ser influenciadas, principalmente, pelos desenvolvimentos macroeconómicos e pela performance do crédito, factores que o Barclays Capital não acredita que produzam nenhuma melhoria significativa na sensibilidade dos investidores, pelo menos durante os próximos meses.

As perspectivas de uma melhoria na liquidez, no entanto, são mais animadoras, de acordo com o Global Outlook do Barclays Capital, «especialmente com o fim das pressões associadas ao encerramento das contas anuais, dentro de semanas».

«Na ausência de mais contratempos, é provável que seja apenas uma questão de meses, e não de trimestres, até que surja uma normalização das condições de liquidez, mesmo que não se verifiquem melhorias na qualidade do crédito. Em resultado, consideramos que os investidores devem ponderar a securitização de alguns créditos cujos preços foram arrastados em baixa pela falta de liquidez, mas cujos dados não justificam a sua baixa avaliação», termina.
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