Confederação agrícola alerta que seca pode custar 3% do PIB - TVI

Confederação agrícola alerta que seca pode custar 3% do PIB

Agricultura é o sector mais afectado pela seca

O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) alertou hoje que a seca prolongada vivida em Portugal pode custar entre 2 a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

«Esta situação é muito preocupante e não se verificava em Portugal há mais de 60 anos. Estamos em Março, parece que estamos no Verão», resumiu à agência Lusa Luís Mira.

A estimativa da CAP aponta para prejuízos superiores a 1.000 milhões de euros, mas «cada dia que passa a avaliação aumenta», afirmou, salientando que a seca está a causa uma «grande machadada» no sector agrícola.

Além dos problemas de produção típicos, Luís Mira alerta para a falta de bens para as indústrias transformadoras que se dedicam à exportação.

«Não há laranjas nem fruta, não há sumos», exemplificou, salientando ainda a diminuição de produção de cortiça, que poderá trazer custos adicionais ao sector.

Para compensar esta situação, a CAP defende que Portugal obtenha a concordância dos restantes países europeus para que possa atribuir apoios específicos ao sector, suportando as diferenças de juro em linhas de créditos.

Em particular, a CAP propõe linhas de crédito para a compra para alimentos a animais - «desde a ovelha à abelha» -, para novas captações de água e apoios à sua distribuição e para o desendividamento dos agricultores.

Esta política «vai custar alguma coisa mas são medidas que se diluem», afirmou, salientando que o Estado terá apenas que suportar a diferença do juro normal para o juro bonificado.

Tão ou mais importante que estas medidas, a CAP defende a criação de um «plano hidrológico nacional que funcione» de modo a «racionalizar o que existe».

«Até temos albufeiras suficientes, não temos é meios de retirar de lá água em quantidade para satisfazer as nossas necessidades», afirmou, criticando ainda a existência de subsistemas de distribuição «casuística e desligados entre si».
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