Corticeira Amorim inicia «joint-venture» este ano na China - TVI

Corticeira Amorim inicia «joint-venture» este ano na China

A Amorim vai abrir este ano uma unidade de produção para transformação de cortiça na China, revelou o vice-presidente da empresa, um dos empresários que integra a comitiva do Presidente Jorge Sampaio na visita ao gigante asiático.

«Ao longo deste ano iniciaremos a joint-venture. O parceiro chinês está praticamente decidido e confiamos entrar em laboração antes do final deste ano», referiu à Agência Lusa José Américo Amorim Coelho.

O vice-presidente da Corticeira Amorim, que chegou a Pequim segunda-feira à noite, é um dos mais de 100 empresários da missão empresarial que acompanha o Presidente da República português na visita à China, que hoje começa.

Após alguns anos a promover e vender as tradicionais rolhas e os luxuosos pavimentos de cortiça na China, a Amorim decidiu avançar com uma unidade de transformação de cortiça para abastecer o mercado local e, no futuro, também os países vizinhos.

«Numa segunda fase, e tendo como prioridade o mercado local, a joint-venture poderá também dar apoio aos países vizinhos que já compram cortiça há décadas, a partir de Portugal», refere.

O empresário declara agora é a altura certa para arriscar, apesar das vendas da Amorim para a China representarem «pouco mais de um por cento» da facturação anual da empresa, e do desconhecimento no mercado chinês em relação aos dispendiosos revestimento de chão e parede.

«Num mercado novo, que só tem conhecimento da indústria da cortiça através das rolhas, ou se faz o mercado ou este será ocupado no tempo por outros produtos que não a cortiça», assinala.

Esta será a primeira unidade de transformação de cortiça da Amorim no Extremo Oriente, onde o principal mercado da empresa é o Japão.

A «Operação China» da Amorim, uma das poucas empresas portuguesas com presença no mercado chinês, conta com o apoio de escritórios em Pequim, Xangai e Cantão, e uma pequena unidade de nove pessoas para acabamento de rolhas, na capital chinesa.

O empresário declara que a futura joint-venture vai «começar devagar», com cerca de 100 trabalhadores, e que será em Xian, a antiga capital imperial, na província de Shaanxi, onde há a maior concentração de transformadores de cortiça.

«A grande ambição é abastecer o já existente mercado de rolhas para indústria vinícola local e, sobretudo, desenvolver os produtos não clássicos da cortiça», refere.

Na lista de produtos que a Amorim diz considerar «mais aconselháveis para a cultura e sensibilidade do mercado chinês», após «três a quatro anos de experiência» na China, incluem-se os dispendiosos revestimentos, materiais para indústria de sapatos, entre outros.

A matéria-prima da nova parceria será fornecida pela «pequena floresta de cortiça» existente na China, mas «as qualidades nobres vão ser sempre importadas de Portugal», assinala Américo Amorim Coelho.
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