«Ao longo deste ano iniciaremos a joint-venture. O parceiro chinês está praticamente decidido e confiamos entrar em laboração antes do final deste ano», referiu à Agência Lusa José Américo Amorim Coelho.
O vice-presidente da Corticeira Amorim, que chegou a Pequim segunda-feira à noite, é um dos mais de 100 empresários da missão empresarial que acompanha o Presidente da República português na visita à China, que hoje começa.
Após alguns anos a promover e vender as tradicionais rolhas e os luxuosos pavimentos de cortiça na China, a Amorim decidiu avançar com uma unidade de transformação de cortiça para abastecer o mercado local e, no futuro, também os países vizinhos.
«Numa segunda fase, e tendo como prioridade o mercado local, a joint-venture poderá também dar apoio aos países vizinhos que já compram cortiça há décadas, a partir de Portugal», refere.
O empresário declara agora é a altura certa para arriscar, apesar das vendas da Amorim para a China representarem «pouco mais de um por cento» da facturação anual da empresa, e do desconhecimento no mercado chinês em relação aos dispendiosos revestimento de chão e parede.
«Num mercado novo, que só tem conhecimento da indústria da cortiça através das rolhas, ou se faz o mercado ou este será ocupado no tempo por outros produtos que não a cortiça», assinala.
Esta será a primeira unidade de transformação de cortiça da Amorim no Extremo Oriente, onde o principal mercado da empresa é o Japão.
A «Operação China» da Amorim, uma das poucas empresas portuguesas com presença no mercado chinês, conta com o apoio de escritórios em Pequim, Xangai e Cantão, e uma pequena unidade de nove pessoas para acabamento de rolhas, na capital chinesa.
O empresário declara que a futura joint-venture vai «começar devagar», com cerca de 100 trabalhadores, e que será em Xian, a antiga capital imperial, na província de Shaanxi, onde há a maior concentração de transformadores de cortiça.
«A grande ambição é abastecer o já existente mercado de rolhas para indústria vinícola local e, sobretudo, desenvolver os produtos não clássicos da cortiça», refere.
Na lista de produtos que a Amorim diz considerar «mais aconselháveis para a cultura e sensibilidade do mercado chinês», após «três a quatro anos de experiência» na China, incluem-se os dispendiosos revestimentos, materiais para indústria de sapatos, entre outros.
A matéria-prima da nova parceria será fornecida pela «pequena floresta de cortiça» existente na China, mas «as qualidades nobres vão ser sempre importadas de Portugal», assinala Américo Amorim Coelho.
Corticeira Amorim inicia «joint-venture» este ano na China
- Redação
- Lusa/AM
- 11 jan 2005, 10:05
A Amorim vai abrir este ano uma unidade de produção para transformação de cortiça na China, revelou o vice-presidente da empresa, um dos empresários que integra a comitiva do Presidente Jorge Sampaio na visita ao gigante asiático.
Continue a ler esta notícia